O Parlamento russo expulsou um parlamentar de oposição ao presidente Vladimir Putin nesta sexta-feira (14), em uma votação que o deputado cassado disse ser uma intensificação da repressão do governo aos dissidentes e pareceu um julgamento teatral ao estilo stalinista.
A votação na câmara baixa, o Duma, cassou a imunidade parlamentar do deputado da oposição Gennady Gudkov por acusações de que ele escondeu ter administrado um negócio enquanto ocupava o cargo na assembleia. O crime pode resultar numa condenção de dois anos de prisão.
Líderes da oposição disseram que a expulsão, um dia antes de um protesto em Moscou, foi um sinal claro de que Putin está determinado a sufocar a oposição em seu novo mandato de seis anos como presidente.
"Tudo que está acontecendo aqui é um julgamento teatral sem lei. É uma vingança política e uma punição extrajudicial", disse Gudkov, de 56 anos, ao Duma antes da votação que o expulsou por 291 a 150 votos.
"Recebi o meu mandato do povo, de centenas de milhares de eleitores que votaram em mim, e apenas eles podem julgar o tipo de deputado que sou", disse.
O deputado, membro do partido Rússia Justa - que deixou de apoiar o Rússia Unida, de Putin, e passou para a oposição - levantou-se e saiu da câmara após a votação, com o punho erguido.
Na Rússia, os deputados não podem administrar empresas enquanto ocupam uma cadeira no Congresso.
Gudkov disse que as acusações contra ele são "uma farsa" e circulou uma lista com nomes de aliados de Putin na câmara que, segundo ele, são empresários.
Putin, que voltou ao Kremlin em maio, é acusado pela oposição de reprimir os dissidentes. Entre as medidas criticadas, o presidente sancionou uma lei que restringe os protestos nas ruas.
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