Ancara O Parlamento da Turquia aprovou ontem (com 507 votos contra 19) uma medida que autoriza uma ação militar no norte do Iraque para combater rebeldes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). A medida vale por um ano.
Ao saber da aprovação, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu que a Turquia não lance uma ofensiva na região. "Nós queremos deixar claro à Turquia que, em nossa opinião, não é de seu interesse enviar militares para o Iraque, disse Bush.
Os EUA, que têm a Turquia como um aliado na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), alegam temer que uma incursão na região desestabilize uma das áreas consideradas pelos americanos das mais seguras no Iraque. Outro temor que os EUA divulgaram foi o de que uma possível ação incentive outros países a intervir na região.
Instabilidade
A concentração das forças americanas está no centro e no sul do Iraque, áreas consideradas mais instáveis pelos EUA. "Nós tomamos alguns passos, mas eles foram inadequados e nós estamos tentando melhorar nossa cooperação entre o Iraque a Turquia, disse Brent Scowcroft, um ex-conselheiro do Conselho Nacional de Segurança dos EUA.
Parte dos territórios da Turquia e do Iraque pertencem à uma área chamada de Curdistão, que também abrange partes da Síria, Azerbaijão e Armênia. No Curdistão, a maioria da população é curda (grupo étnico não-árabe).
Os curdos se consideram o maior grupo étnico sem Estado do mundo e, desde 1984, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão reivindica um território autônomo. A Turquia é um dos países no qual o PKK mais atua e os turcos afirmam que os rebeldes se escondem no norte do Iraque, de maioria turca.