O Parlamento da Ucrânia iniciou nesta semana uma votação para proibir a atuação da Igreja Ortodoxa, vinculada à Rússia, no país, assim como outras organizações religiosas supostamente afiliadas ao governo de Putin, que "praticam agressão armada" contra o território ucraniano.
O projeto de lei foi aprovado, em primeira leitura, por 267 parlamentares, número muito acima do exigido, de 226 votos.
Para que seja sancionado, o documento passará por duas outras leituras, nas quais são exigidas outras aprovações da maioria do Parlamento.
Após essa confirmação, o texto segue para o gabinete do presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, que tem poder para sancionar o projeto e colocar em vigor o banimento das instituições religiosas.
A Igreja Ortodoxa vinculada ao Patriarcado de Moscou perdeu muitos adeptos, nos últimos anos, principalmente a partir de 2018, quando foi criada a igreja ortodoxa ucraniana (UOC, na sigla em inglês), com suposta independência da Rússia.
Com o início da guerra pelo governo de Vladimir Putin, esse afastamento foi intensificado e a nova igreja formada dentro de Kiev foi se popularizando. Em maio de 2022, a Igreja Ortodoxa ucraniana afirmou, oficialmente, que cortou relações com a igreja russa.
Contudo, uma comissão criada pelo governo ucraniano decidiu que a UOC ainda está canonicamente ligada ao país inimigo, apesar da instituição afirmar o contrário.
O Serviço de Segurança da Ucrânia disse na quinta-feira (19) que centenas de processos criminais, incluindo acusações de traição, foram abertos contra representantes da UOC, desde o início da guerra, em fevereiro do ano passado.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o analista político Volodymyr Fesenko afirmou que, mesmo ser for banida do país, é improvável que a Igreja Ortodoxa Ucraniana interrompa suas atividades no território.
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