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A Assembleia Nacional da Venezuela (AN), controlada pelo ditador Nicolás Maduro, aprovou uma proposta inusitada nesta terça-feira (8): pedir à Espanha para que seja abolida a monarquia no país europeu.
A casa também aprovou uma solicitação a Maduro para que rompa relações diplomáticas, consulares e comerciais com a Espanha.
As duas medidas são uma resposta a um projeto aprovado em setembro no Congresso dos Deputados da Espanha, por meio do qual a casa reconheceu o oposicionista Edmundo González como presidente eleito da Venezuela e solicitou à gestão do presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, para que faça o mesmo.
Segundo informações da Agência EFE, o presidente da AN, o chavista Jorge Rodríguez, justificou o insólito pedido para o fim da monarquia espanhola alegando que se trata de uma “expressão da extrema direita”.
A medida estabelece “propor ao governo de Espanha a abolição da monarquia dos Bourbons, que não serviu para outra coisa além de corrupção, caos e expressão da extrema direita”.
Rodríguez afirmou que a monarquia é “uma instituição ridícula, baseada em uma coisa tão bárbara como os direitos de sangue”.
“É uma pena que no ano de 2024, já em pleno século XXI, ainda existam seres humanos e organizações políticas e sociais que considerem que algumas pessoas estão destinadas, pelo sangue, a pôr as mãos no erário público de um país. É selvagem, é uma expressão bárbara”, disse o presidente da AN, que sugeriu que no futuro o Parlamento da Venezuela também poderá votar o reconhecimento da independência da Catalunha e do País Basco, duas regiões espanholas.
A respeito do pedido para que Maduro rompa relações com a Espanha, a medida aprovada fala em rejeitar “categoricamente” a “resolução desastrosa promovida pela direita fascista do Congresso espanhol” e prega respeitar “a decisão do povo venezuelano que elegeu soberanamente (…) Nicolás Maduro como presidente reeleito”.
Cópias das atas de votação da eleição presidencial de 28 de julho, publicadas pela oposição num site, comprovam que González, exilado na Espanha desde 8 de setembro, venceu o pleito. O chavismo até agora não publicou os resultados detalhados da sua suposta “vitória”, proclamada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aparelhado por Maduro.