Num movimento já combinado, verdes se abstiveram para que o chanceler Olaf Scholz perdesse a votação e novas eleições possam ser convocadas| Foto: EFE/EPA/HANNIBAL HANSCHKE
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O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, perdeu uma votação de confiança no Parlamento nesta segunda-feira (16) depois que seu governo ficou em minoria, o que significa que o país realizará eleições gerais antecipadas, que estão previstas para 23 de fevereiro.

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Um total de 394 deputados dos 717 que votaram se recusaram a dar sua confiança ao chanceler, enquanto 116 se abstiveram e 207 votaram a favor de sua continuação, anunciou a presidente do Parlamento, Bärbel Bas.

Os deputados que reafirmaram sua confiança em Scholz pertencem ao Partido Social-Democrata (SPD), do próprio chanceler, mas também pelo menos um parlamentar do direitista Alternativa para a Alemanha (Afd), que considerou que seria ainda pior a chegada ao poder do líder da oposição democrata-cristã, Friedrich Merz, que lidera as pesquisas.

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Scholz já havia anunciado em novembro que pretendia perder a votação na segunda-feira, quando a coalizão de sociais-democratas, verdes e liberais que liderava se desfez e estes últimos foram expulsos, deixando o governo em minoria.

Os verdes, que têm 117 cadeiras na Câmara, anunciaram que se absteriam para garantir que o chanceler perdesse a votação e o Parlamento pudesse ser dissolvido.

Em seu discurso antes da votação, o chanceler enquadrou a eleição antecipada como um referendo sobre a política econômica do governo em um momento em que a recessão na Alemanha está se aprofundando e a incerteza global está crescendo.

Nesse sentido, pediu que fosse permitido maior endividamento estatal para financiar investimentos massivos em infraestrutura e segurança, a fim de reanimar a economia e, ao mesmo tempo, garantir a proteção do país contra a ameaça representada pela invasão russa da Ucrânia.

“Precisamos puxar a alavanca, e precisamos fazer isso agora”, declarou, acrescentando que os cidadãos devem decidir se investem na economia “com força e determinação ou de forma mesquinha e hesitante”.

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Em sua resposta, Merz acusou o chanceler de não ter cumprido suas promessas relativas à modernização do Exército após a guerra na Ucrânia e de ter mergulhado o país em uma crise econômica, cuja solução não pode ser alcançada hipotecando o futuro das próximas gerações com mais dívidas, argumentou.

Depois de perder a votação, Scholz foi ao Palácio de Bellevue para se encontrar com o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, para pedir que dissolva o Parlamento.

O presidente tem até 6 de janeiro para tomar uma decisão e deve realizar uma rodada de negociações com os chefes dos partidos democráticos antes disso, mesmo que seja uma mera formalidade.

A Constituição prevê que entre a dissolução do Parlamento e a data das novas eleições deve decorrer um prazo máximo de dois meses, mas a data para a qual todas as forças políticas trabalham, acordada pelo governo e pela oposição, precisamente a pedido de Steinmeier, é a de 23 de fevereiro.