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espionagem

Partido aliado a Cameron critica detenção de brasileiro

A convenção anual do Partido Liberal-Democrata do Reino Unido condenou o próprio governo do qual faz parte, do primeiro-ministro conservador David Cameron, pelo uso de legislação antiterrorismo para deter o brasileiro David Miranda no aeroporto de Heathrow, em Londres, no mês passado.

Miranda é casado com o jornalista americano Glenn Greenwald, que desde junho publica reportagens com os arquivos obtidos pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden sobre a espionagem global conduzida pelos governos dos EUA e do Reino Unido.

O brasileiro voltava da Alemanha com arquivos que trazia para Greenwald quando foi detido sob uma legislação antiterrorismo. Miranda ficou nove horas sob domínio das autoridades britânicas, tempo máximo permitido pela lei.

Apenas um membro do partido não votou a favor da moção de emergência condenando o governo Cameron pelo uso de poderes antiterrorismo para deter David Miranda.

O partido Liberal-Democrata e o Conservador, de Cameron, dividem o governo desde 2010, quando fizeram uma coalizão para ter maioria no Parlamento.

O ministro do interior, Jeremy Browne, disse, na convenção, que a legislação usada para deter o brasileiro "é demasiado ampla e autoritária".

Sarah Ludford, uma deputada, disse que a detenção de Miranda "foi nada menos do que uma tentativa de intimidar e silenciar o 'Guardian'", o jornal britânico para o qual Greenwald trabalha e onde publicou a maior parte das denúncias sobre espionagem.

Vice-premier reforça coro

Recentemente, a TV Globo mostrou que até a presidente Dilma Rousseff foi espionada pela Agência de Segurança Nacional dos EUA. O governo brasileiro considerou o tema uma violação de soberania e adiou a visita de Estado que Dilma faria ao presidente americano, Barack Obama, no mês que vem.

Na convenção, o vice-primeiro-ministro Nicolas Clegg fez críticas aos conservadores e defendeu uma agenda mais autônoma para seu partido. Ele também criticou as excessivas leis de vigilância no país.

"Já ficou claro que os poderes de vigilância estão fora de proporção", disse na abertura da convenção.

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