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"Resolução histórica"

Partido Comunista da China aprova resolução que consolida liderança absoluta de Xi Jinping

Resolução visa colocar ditador Xi Jinping como liderança incontestável em momento em que a China aumenta suas pretensões militares e de ofuscar o Ocidente (Foto: EFE/EPA/ROMAN PILIPEY)

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O Partido Comunista de China (PCCh) aprovou nesta quinta-feira uma "resolução histórica", que consolida a liderança absoluta do secretário-geral da legenda e líder do regime chinês, Xi Jinping.

Os membros do 19º Comitê Central do PCCh encerraram hoje uma reunião de quatro dias, realizada em Pequim, em que aprovaram um texto que cria bases para um terceiro mandato de Xi Jinping, o qual deverá ser confirmado em um ano, no próximo Congresso do partido.

O limite de mandatos presidenciais foi abolido em 2018 na China, e já era dado como certo que Xi seria reconduzido a um terceiro período como chefe de Estado no ano que vem.

A resolução, que destaca "a nova viagem em direção à modernização socialista da China" sob a liderança de Xi, é a terceira aprovada pelo PCCh desde 1945, que alçou Mao Tsé-Tung à liderança do partido, e a de 1981, em que Deng Xiaoping oficializou o começo do período de reforma e abertura do país.

Controle do passado

O encontro a portas fechadas que terminou hoje tem sido visto como uma estratégia de Xi para "reescrever" a história da legenda e da própria China, consolidando seu poder e dessa forma pavimentando seu próprio futuro.

O PCCh fez um raro anúncio público sobre um item da agenda do encontro deste ano: uma resolução oficial para revisar a narrativa histórica da China sob o seu comando, para que ela reflita a interpretação "correta" de Xi sobre a história do partido e da própria China.

Analistas dizem que a revisão histórica pode influenciar vários aspectos da vida no país asiático: "Desde política externa ao que é ensinado em escolas ou exibido na televisão e nos filmes, até o que constitui o máximo crime de deslealdade ao partido, por toda uma geração, se não por mais tempo", segundo a GZero Media, publicação especializada na análise de questões globais.

O que diz a resolução

Segundo o texto, que foi difundido pela agência estatal de notícias "Xinhua", o plenário apostou por "manter, de forma decidida, a posição central do camarada Xi Jinping" no PCCh.

"Os avanços e a experiência histórica acumulada até agora nos permitem entrar em uma nova viagem, para construir um país socialista moderno em todos os aspectos", aponta o comunicado do partido.

"Somente o socialismo pode salvar a China, e somente o socialismo pode desenvolver a China", completa a nota.

Além disso, é destacado que "o contexto internacional é cada vez mais complexo e grave", na comparação com períodos anteriores, com os esforços para controlar a pandemia da Covid-19 sendo classificados como "extremamente difíceis".

O Partido Comunista alerta que é necessário "avançar em uma só voz", sob a liderança de Xi e admite que é preciso "melhorar a capacidade de responder aos riscos e desafios".

"Devemos manter a vitalidade e liderar o povo para alcançar o grande sonho do rejuvenescimento da nação chinesa. Temos que seguir e aprender com as lutas que tivemos no passado para cumprir a missão fundamental, assim como desenvolver o socialismo com características chinesas", aponta o texto.

A cúpula do PCCh defende a promoção da "autossuficiência científica e tecnológica, a prosperidade comum e o desenvolvimento de alta qualidade", este último termo que vem sendo utilizado com frequência nos últimos meses.

Outra das frases costumeiramente empregada pelo próprio Xi Jinping e que aparece na resolução é de que "os tempos em que o povo chinês era humilhado acabaram".

A resolução não critica anteriores líderes do país e classifica o pensamento do fundador da República Popular da China, Mao Tsé-Tung, como "um caminho revolucionário correto".

"O Partido, sob uma liderança centralizada, alcançou que o povo tenha confiança e inove", diz o texto, que aponta para uma próxima etapa, em que "serão colocadas em práticas novas ideias para governança, novas ideias e novas estratégias".

Também é enfatizada a "vitória" da campanha contra a corrupção liderada por Xi Jinping, assim como o "fortalecimento da segurança nacional", em referência a Hong Kong, que o texto afirma ter "passado do caos a ordem", após os protestos registrados em 2019.

Sobre Taiwan, que a China reclama a soberania, o Partido Comunista reitera que não há espaço para a independência e garante seguir se opondo a "qualquer interferência de forças externas".

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