O Partido Conservador conseguiu uma maioria folgada nas eleições parlamentares do Canadá, realizadas ontem. Com isso, o primeiro-ministro Stephen Harper assegurou um novo mandato, segundo os resultados preliminares. Já o Novo Partido Democrático obteve o segundo lugar, ultrapassando o tradicional Partido Liberal, informa o Wall Street Journal.
Harper fez da campanha um referendo sobre a política econômica, insistindo que esta era uma chance dos eleitores reforçarem a nascente recuperação da economia com uma maioria estável para o governo conservador, após cinco anos de governo minoritário para esse grupo político. "Os canadenses podem agora virar a página sobre as incertezas e focar na construção de um grande futuro para todos nós", disse Harper em seu discurso de vitória.
Pelos resultados iniciais, o Partido Conservador conseguirá 166 cadeiras, ultrapassando as 155 necessárias para a maioria, segundo projeções da Canadian Broadcasting Corp. Na manhã de hoje, algumas disputas estavam muito apertadas para se fazer previsões, mas todas as três grandes redes de comunicação previam um governo de maioria para Harper.
O Novo Partido Democrático obteve mais de 100 cadeiras, segundo os resultados preliminares, 36 a mais que no governo anterior. O Partido Liberal deve ficar em um distante terceiro lugar, com 34 postos, de 77 vagas no Parlamento anterior. E o Bloco Quebecois, partido separatista focado na região de Quebec falante de francês, deve conquistar apenas quatro cadeiras, de 47 no governo anterior.
Harper é elogiado no país por sua atuação durante a crise global. O Canadá foi o primeiro do grupo dos sete países mais desenvolvidos (G-7) a se recuperar de modo sustentado, após a crise mundial de 2008. Harper determinou várias medidas de estímulo, e ainda foi elogiado recentemente pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) por seu plano para a redução do déficit do Canadá.
Um governo de maioria conservadora pode reduzir a tensão na classe empresarial e financeira, temerosa diante do avanço do Novo Partido Democrático. O líder desta sigla, Jack Layton, prometia um orçamento equilibrado, mas queria aumentar os gastos gerando temores em alguns observadores.
Já o separatista Bloco Quebecois teve seu pior desempenho desde sua primeira eleição, em 1993. Gilles Duceppe perdeu sua cadeira e pediu demissão como líder do partido. "A democracia falou", disse ao apresentar sua renúncia.
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