O Partido Social Cristão (Copei) da Venezuela anunciou neste sábado que requisitará ao Supremo Tribunal de Justiça que processe por "ato criminoso" o presidente, Nicolás Maduro, depois que o líder assegurou conhecer a identidade de 900 mil pessoas que não votaram nele nas eleições de abril.
"É claramente um ato criminoso de Maduro contra todos os venezuelanos e a Constituição quando ele diz ter a lista dessas 900 mil pessoas", declarou em entrevista coletiva o vice-presidente do Copei, Enrique Naime.
Com essa afirmação, Maduro teria "violentado" o artigo 63 da Constituição, "que estabelece claramente que o sufrágio é um direito, livre, universal, direto e secreto", lembrou o opositor.
"De onde Maduro tirou essas listas? Quem as entregou? Foram os senhores reitores do Conselho Nacional Eleitoral?", questionou Naime.
Em um ato televisionado na quinta-feira, Maduro disse que conhecia a identidade de 900 mil pessoas que, mesmo sendo governistas, votaram em abril no líder opositor, Henrique Capriles, o que atribuiu à "tristeza" que os abatia pela morte de Hugo Chávez.
Em 14 de abril, Maduro derrotou Capriles por uma margem de apenas 1,49%, índice que representa 225 mil votos.
No entanto, o líder da oposição não reconheceu esses resultados, denunciou uma fraude, impugnou todo o processo eleitoral perante o Supremo e disse esperar que os venezuelanos sejam novamente convocados às urnas.
A afirmação do presidente venezuelano também foi rejeitada por Vicente Díaz, um dos cinco reitores principais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que a rotulou de "coação pública".
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