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Eleições

Partido de centro vence em Israel, apontam pesquisas

A ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, comemora resultados de boca-de-urna: vitória nas urnas não garante o comando do governo | Gil Cohen Magen/Reuters
A ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, comemora resultados de boca-de-urna: vitória nas urnas não garante o comando do governo (Foto: Gil Cohen Magen/Reuters)

Jerusalém - O partido centrista Kadima, liderado pela chanceler Tzipi Livni, venceu as eleições parlamentares disputadas ontem em Israel, segundo pesquisas de boca-de-urna dos três maiores canais de tevê do país. As mesmas projeções, porém, indicam que a direita obteve mais cadeiras do que a centro-esquerda, o que pode dificultar a formação de um governo por Livni e favorecer seu principal adversário, Binyamin Netanyahu, do conservador Likud.

As projeções indicam vitória do Kadima, partido do atual premiê, Ehud Olmert, por pequena margem. Segundo elas, o Kadima terá de 29 a 30 dos 120 membros do Parlamento, contra 27 ou 28 do Likud.

Mas os números também mostram que os partidos de direita, somados, terão maioria parlamentar de 63 a 64 deputados, o que teoricamente torna a formação de uma coalizão de governo tarefa mais fácil para Netanyahu do que para Livni.

Confiando na suposta maioria obtida pelo bloco da direita, Netanyahu divulgou uma mensagem logo após a a divulgação das bocas-de-urna desprezando a pequena vantagem numérica do Kadima. O líder do Likud se disse convicto de que receberá do presidente Shimon Peres a missão de montar a coalizão governista.

Cabe ao presidente, após consultas com todos os partidos, decidir quem tem as melhores chances de formar o governo, independentemente do número de cadeiras conquistadas. Jamais, porém, o partido com a maior votação deixou de liderar o governo em Israel.

Alheios aos cálculos do Likud, os militantes do Kadima fizeram uma grande festa no comitê do partido, em Tel Aviv, para comemorar uma vitória que, caso confirmada, contrariará todas as pesquisas de opinião feitas antes da eleição. Nelas, o Likud aparecia sempre na frente, embora a sua vantagem tivesse diminuído dramaticamente nas últimas semanas.

"O mais importante é que os eleitores escolheram Tzipi Livni para liderar Israel'', disse Avi Dichter, ministro da Segurança Pública e membro do Kadima.

Liberman

Considerado o maior fenômeno da eleição, pela ascensão vertiginosa nas pesquisas nas últimas semanas, o partido ultranacionalista Israel Beitenu, liderado pelo controvertido Avigdor Liberman, obteve entre 14 e 15 deputados, o que o converteria na terceira força política de Israel.

Diante de um quadro político dividido, Liberman é apontado como potencial parceiro tanto de uma coalizão liderada por Livni como por uma encabeçada por Netanyahu. Ontem, após a votação, ele disse que "tem a chave'' para formar o governo e que "não descarta nenhuma aliança'', mas que prefere um governo "nacionalista''.

A ascensão de Liberman marca uma mudança no mapa político israelense, cujo maior derrotado é o Partido Trabalhista. Pela primeira vez na história, o herdeiro dos pioneiros socialistas que fundaram o Estado ficou fora das três primeiras colocações.

Segundo as projeções, o partido liderado pelo ministro da Defesa, Ehud Barak, conquistou apenas 13 cadeiras no Parlamento, ficando em quarto lugar. Com semblante abatido, o ex-premiê Barak não quis indicar se aceitará participar de um governo, e em que condições.

A eleição ocorreu em clima tranquilo. Os únicos incidentes foram registrados na cidade árabe de Um el Fahem, no norte, onde extremistas judeus tentaram fazer uma marcha e entraram em confronto com a polícia. O episódio terminou sem feridos, mas alguns manifestantes foram presos.

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