A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou ontem que as perdas sofridas por seu partido, a União Democrata Cristã (CDU), nas eleições realizadas no estado mais populoso do país foram uma "derrota amarga".
A CDU, de centro-direita, foi derrotada nas eleições estaduais da Renânia do Norte-Vestfália para o Partido Social Democrata (SPD) e o Partido Verde, de centro-esquerda, levantando dúvidas sobre a capacidade de Merkel se manter no poder além de 2013.
Embora tenha admitido que a derrota foi "amarga", Merkel afirmou que ela não afetará sua política de austeridade para a Europa e as eleições federais alemãs de setembro de 2013.
Dados oficiais informaram ontem que o SPD conquistou 39% dos votos, com vitória da candidata Hannelore Kraft. A CDU de Merkel teve queda nos votos, de 34% nas últimas eleições para 26% no domingo. Foi o pior resultado para a CDU na Renânia do Norte-Vestfália desde o final da Segunda Guerra Mundial.
O Estado da Renânia do Norte-Westfália é o mais populoso da Alemanha, com 18 milhões de habitantes e 13 milhões de eleitores. O estado também é considerado o motor econômico do país, com sua região mais industrializada, o Vale do Ruhr.
Merkel sugeriu que não está preocupada com as perspectivas para sua reeleição no próximo ano. "Estou muito tranquila com relação à eleição geral", disse. Ela apontou para as pesquisas de intenção de voto que indicam a indecisão de grande parte do eleitorado alemão.
Ela disse que seu trabalho na Europa "não será afetado" pelos resultados da eleição na Renânia do Norte-Vestfália. E afirmou que conversará com a oposição alemã. "Não existem contradições entre políticas orçamentárias sólidas e crescimento econômico. Isso nos guiará durante as negociações nas próximas semanas", disse. "Eu não estava concorrendo nas eleições de lá."
A chanceler alemã deverá debater demandas do presidente eleito da França, François Hollande, que deverá visitá-la hoje em Berlim pouco antes de tomar posse, em Paris.
Hollande defende a adoção de políticas de crescimento econômico na União Europeia (UE). Hollande defendeu durante a campanha eleitoral, antes de derrotar o presidente Nicolas Sarkozy, a renegociação do pacto fiscal europeu firmado em dezembro passado.