Benjamin Netanyahu durante visita à Cidade Antiga em Jerusalém| Foto: Ronen Zvulun/Reuters

O partido direitista Likud, do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, venceu as eleições de Israel. Com 99,5% dos votos apurados na madrugada desta quarta (18), o Likud conseguiu obter 29 cadeiras no Knesset (o Legislativo de Israel), contra 24 da União Sionista, de centro-esquerda, seu principal concorrente.

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O resultado ainda não confirma a reeleição de Netanyahu para seu quarto mandato -como nenhum partido obteve os 61 assentos necessários para formar o governo, caberá agora ao presidente israelense escolher o candidato que tiver mais chances de formar uma coalizão. Tudo indica, porém, que será o atual premiê.

Antes da divulgação dos resultados, as pesquisas de boca de urna apontavam empate entre Likud e União Sionista, com cada um obtendo 27 assentos no Parlamento israelense. O resultado surpreende após uma semana que parecia indicar a derrota política de Netanyahu. Nesta terça (17), depois da divulgação das pesquisas de boca de urna, o premiê disse ter sido o vencedor do pleito.

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A formação do governo, nas próximas semanas, reservará importante papel à Lista Compartilhada, de maioria árabe. Segundo a apuração, ela será a terceira força política no próximo Parlamento israelense, com 14 assentos.

Temendo urnas desfavoráveis, Netanyahu havia se posicionado nos últimos dias de maneira radical em busca dos votos da direita. Ele afirmou na segunda-feira (16) que, se eleito, não haveria um Estado palestino. Na terça, o premiê “alertou” eleitores quanto ao voto dos cidadãos árabes-israelenses.

Netanyahu divulgou um vídeo afirmando que “o governo de direita” estava “sob ameaça”, pois eleitores árabes estavam “indo em massa para as urnas”. As declarações foram criticadas durante o dia. Havia pedidos de que fossem excluídas do Facebook por serem “discursos de ódio”.

A reportagem encontrou, durante o dia de ontem, eleitores árabes-israelenses. Isaa Basal, 27 anos, havia votado na Lista Compartilhada, de maioria árabe. “É importante para a democracia. Netanyahu destruiu o país”, disse. “Com Herzog, há uma chance para a paz.”

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Os resultados, que devem ser divulgados oficialmente apenas no dia 25 de março, não significam que o vencedor terá o posto de primeiro-ministro no país. O presidente de Israel, Reuven Rivlin, anunciará apenas na semana que vem a que candidato ele entregará a tarefa de formar um governo. Mas Netanyahu, aliado a outros partidos de direita, deve levar vantagem.

A reportagem acompanhou o voto em Jerusalém e Tel Aviv. Em Israel, é permitido entregar panfletos no dia do voto. Jovens tentavam convencer a reportagem diante da estação central de ônibus de Jerusalém a votar no Likud. “A esquerda vai entregar Jerusalém aos palestinos. Mas o país nos pertence.”

Em Tel Aviv, Leslie Am Salem, 25 anos, votava no partido nacional-religioso Casa Judaica. “Quero mais religião no governo”, disse. “Eu não concordo com tudo o que [o líder] Naftali Bennett diz, mas quero que ele tenha força no próximo Parlamento.”

Não há voto árabe na Cisjordânia, ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Tampouco a Autoridade Nacional Palestina faz eleições em seu território com periodicidade. A prática é ausente também em Gaza.