O movimento político Construye, do Equador, anunciou neste domingo (13) a mudança do candidato que irá concorrer à presidência da República. Após o assassinato de Fernando Villavicencio, que foi atingido por três tiros na cabeça na semana passada, a vice da chapa, Andrea González Nader, havia sido anunciada como a nova postulante ao cargo no sábado (12). Mas, em uma nova alteração da composição para o pleito, o candidato do Construye agora passará a ser o jornalista Christian Zurita.
Por meio das redes sociais, o movimento político de centro-direita informou que a nova mudança na chapa ocorreu por dois motivos. O primeiro foi a falta de informações claras do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) sobre a possibilidade de Andrea González Nader assumir a vaga de Villavicencio na disputa presidencial.
A segunda razão citada foi a “reação furiosa de alguns setores políticos” diante do nome de Andrea. Com isso, ela voltará a concorrer ao cargo de vice-presidente do Equador, na chapa agora liderada por Zurita.
No sábado, o partido havia destacado que "Andrea González Náder foi uma pessoa escolhida por Fernando Villavicencio e pelo Movimento Construye para substituir o presidente em caso de ausência. De acordo com isso, os órgãos dirigentes do movimento ratificarão esta decisão e Andrea González será registrada como candidata à presidência da República do Equador", afirmou o Construye.
Mas, em razão dos motivos citados, a legenda equatoriana disse neste domingo que: “diante da falta de respostas claras do CNE e da reação furiosa de alguns setores políticos, não correremos nenhum risco. Christian Zurita será registrado como nosso candidato presidencial”.
Assassinato de Fernando Villavicencio
Fernando Villavicencio Valencia, candidato à presidência do Equador, foi assassinado na noite de quarta-feira (9) em Quito. Segundo informações do jornal El Universo, o postulante do movimento de centro-direita Construye foi morto após um comício realizado no ginásio de um colégio na capital equatoriana. Um assessor de campanha informou que Villavicencio foi atingido com três tiros na cabeça. Sua morte foi confirmada no hospital, para onde foram levadas sete das oito pessoas feridas no incidente.
Segundo o El Universo, a Polícia Nacional fechou as ruas ao redor do ginásio para tentar encontrar os autores dos disparos. Horas depois, surgiu a informação de que um dos suspeitos do assassinato morreu na troca de tiros com a equipe de segurança do candidato.
Na mais recente pesquisa de intenção de voto para a eleição presidencial no Equador, cujo primeiro turno será realizado no próximo dia 20, Villavicencio apareceu em quarto lugar, com 6,8% da preferência do eleitorado. Jornalista, ativista político e ex-sindicalista, ele tinha 59 anos e em 2021 havia sido eleito deputado nacional.
Como jornalista, fez muitas denúncias contra o presidente esquerdista Rafael Correa (2007-2017) e chegou a ser condenado a 18 meses de prisão por supostas injúrias contra o mandatário, mas se escondeu nos Estados Unidos, no Peru e na Amazônia equatoriana, até sua sentença prescrever, em março de 2015.
Dias atrás, Villavicencio havia denunciado que recebeu ameaças do líder do cartel Los Choneros. Na noite de quarta-feira, o movimento Construye informou que homens armados atacaram seus escritórios de campanha em Quito horas depois do assassinato de Villavicencio.