O Partido Baath, no poder na Síria, e seus aliados venceram, como previsto, a eleições legislativas celebradas em 13 de abril nos territórios controlados pelo regime de Bashar al Assad, segundo resultados oficiais.
Segundo a comissão eleitoral, a maioria das 250 cadeiras do Parlamento coube ao Partido Baath, no poder há 50 anos no país.
Os 200 candidatos da lista “União Nacional”, ao qual pertence o partido, conseguiram suas cadeiras, segundo o jornal Al-Watan, ligado ao governo.
O índice de participação foi de 57,56%, segundo a comissão eleitoral, citada pela agência oficial Sana.
Votação restrita
Em um país totalmente fragmentado após cinco anos de guerra e com o envolvimento de diferentes forças armadas, a eleição ocorreu apenas em áreas sob controle do governo, um terço do território, onde vive cerca de 60% da população.
Como nas eleições anteriores, em 2012, esta votação deverá ter pouco impacto sobre o curso da guerra que custou 270.000 vidas e causou mais de 200 bilhões de dólares em destruição.
Nesta segunda eleição legislativas desde o início da guerra, em 2011, 3.500 candidatos concorriam a 250 assentos parlamentares.
Os resultados foram semelhantes aos das legislativas de 2012, de acordo com especialistas. O Partido Baath, que governa o país com mão de ferro há mais de meio século, obteve na ocasião a maioria das cadeiras.
“Estamos testemunhando nos últimos cinco anos uma guerra, mas o terrorismo não conseguiu atingir o seu principal objetivo, o de destruir a estrutura social da Síria e sua identidade nacional, expressa através da Constituição”, declarou o presidente Assad ao votar na quarta-feira. “É para defendê-la que estamos todos juntos hoje”, acrescentou, em resposta aos opositores que chamaram esta eleição de “ilegítima”.
A guerra esteve no centro da campanha eleitoral, e esta eleição foi realizada após várias semanas de relativa calma em função de um acordo de cessar-fogo sob os auspícios dos americanos e russos.
A votação também foi denunciada por adversários do exterior e do interior, bem como por países ocidentais como a França, que falaram de uma “farsa”.
As Nações Unidas exigiram, por sua vez, a realização de eleições gerais em 2017.