
O patido secular do presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, retirou seus três ministros do governo islâmico neste domingo (10), dizendo que suas exigências por mudanças no gabinete não foram atendidas.
A decisão do Partido Congresso para a República, de Marzouki, desfere um novo golpe no governo do primeiro-ministro Hamadi Jebali, já debilitado após o assassinato do líder secular da oposição, Chokri Belaid, na semana passada.
"Faz uma semana que estamos dizendo que, se os ministérios das Relações Exteriores e da Justiça não fossem modificados, deixaríamos o governo", disse Samir Ben Amor, uma autoridade do partido, à Reuters.
"Esta decisão não tem nada a ver com a decisão do primeiro-ministro de formar um governo de tecnocratas", afirmou Ben Amor, referindo-se à intenção manifesta de Jebali de nomear um gabinete não-partidário para cuidar de temas do dia-a-dia até que eleições sejam realizadas.
A morte de Belaid na quarta-feira - o primeiro assassinato político na Túnisia em décadas - lançou o governo e o país no caos, ampliando as divisões entre o dominante partido islâmico Ennahda e seus adversários de inclinação secular.
Políticos veteranos do Ennahda, assim como de seus dois parceiros de coalizão não-islamistas, criticaram Jebali por propor um governo tecnocrata, dizendo não terem sido consultados.