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O partido Voluntad Popular, da Venezuela, liderado por Leopoldo López, um dos principais líderes da oposição ao governo de Nicolás Maduro, afirmou nesta terça-feira (25) que o governo da Colômbia obrigou outro líder opositor, Juan Guaidó, a deixar o território colombiano, para onde tinha viajado com o objetivo de se reunir com delegações que participam da Conferência Internacional sobre o Processo Político na Venezuela.
“Não é verdade que eles [governo colombiano] deram apoio, eles foram hostis com Guaidó, eles o forçaram a deixar seu território”, disse a ex-deputada Adriana Pichardo em uma entrevista coletiva.
Ela relatou que Guaidó foi “interceptado em Bogotá e, de maneira hostil, foi levado ao aeroporto El Dorado para que pudesse embarcar em um voo para Miami”.
“Como os Estados Unidos estavam preocupados, eles imediatamente entraram em contato com o governo colombiano para preservar a vida e a integridade de Juan Guaidó, conforme estabelecido pelo Sistema Interamericano de Direitos Humanos”, acrescentou.
Adriana também disse que Guaidó viajou para a Colômbia para se reunir com representantes internacionais que estão em Bogotá, com o intuito de “levantar suas vozes pela liberdade, pela democracia e exigir a libertação de todos os presos políticos”.
A ex-deputada ressaltou que o governo colombiano “violou” todos os tratados de direitos humanos, “porque não garantiu a integridade de Juan Guaidó”.
Ela lembrou que, no último dia 2, o líder opositor denunciou um suposto mandado de prisão contra ele por decisão do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e desde então ele “permaneceu escondido”, até segunda-feira (24), quando chegou à Colômbia e depois viajou para os EUA.
Quanto à candidatura de Guaidó para as próximas primárias presidenciais, Adriana disse que sua legenda está “avaliando os cenários”, que passam por um processo de consulta dentro do partido.
Durante as primeiras horas da manhã, Guaidó denunciou ter sido retirado da Colômbia depois que a “perseguição e as ameaças do governo de Nicolás Maduro se estenderam” ao país vizinho.
O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, alegou nesta terça-feira que “foi informado onde Guaidó estava na Colômbia por um alto funcionário dos EUA”, depois de chegar da Venezuela, e que isso possibilitou localizá-lo para levá-lo ao aeroporto em Bogotá, de onde partiu para Miami.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, alegou que seu governo teria oferecido asilo “com prazer” a Guaidó se ele tivesse pedido para entrar no país, mas que ele o fez “ilegalmente” e partiu na segunda-feira à noite para os Estados Unidos porque já tinha um acordo para viajar para aquele país. Petro argumentou ainda que Guaidó não foi expulso da Colômbia.