Veja infográfico com o resultado da última pesquisa eleitoral| Foto:

Campanha

Economia centraliza debate

A campanha eleitoral na Espanha foi dominada até agora pelos temas econômicos, cenário que deve prevalecer até domingo diante da difícil situação a que se encontra o país e a União Europeia.

Outros assuntos que prometiam polarizar a disputa foram marginalizados. Um deles é a polêmica "lei do aborto" atualmente em vigor. O programa do Partido Popular (PP), liderado por Mariano Rajoy, prevê mudanças na atual legislação para assim, como explica, "reforçar" a proteção do direito à vida. O governista Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) é contra mudanças.

O anúncio da ETA (grupo separatista basco) sobre o fim da ação armada é outro dos temas que ficaram em segundo plano. Também está praticamente ausente da campanha, pelo menos dos maiores partidos, o tema corrupção, apesar de vários casos de desvios na administração pública estarem prestes a ser julgados.

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O líder do Partido Popular, Mariano Rajoy, acena para eleitores durante comício em Valência. Pesquisas preveem vitória arrasadora da oposição nas eleições do próximo domingo
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Vários pesquisas publicadas no fim de semana preveem que o re­­sultado das eleições gerais da Es­­panha no próximo dia 20 significará uma vitória histórica do Par­­tido Popular (PP), o maior da oposição, beneficiado pela forte re­­jei­­ção aos governistas do Partido So­­cialista Operário Espanhol (PSOE).

Na pesquisa elaborada pelo instituto Metroscopia para o jornal El País, o PSOE – do candidato Alfredo Pérez Rubalcaba – so­­freria um "desmoronamento" ge­­ral, principalmente em tradicionais redutos do partido do atual primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero.

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O candidato do PP, Mariano Rajoy, obteria o apoio de 194 ca­­deiras no Parlamento, com 45,4% dos votos, o que seria o melhor resultado da história da legenda. Já Rubalcaba receberia 112 cadeiras, com 30,9% dos votos, pior resultado dos socialistas desde 1978.

A Esquerda Unida (IU) passaria a ter 11 deputados, nove a mais que nas eleições anteriores (2008); União Progresso e Democracia (UPyD), de Rosa Díez, obteria 2; e a coalizão basca Amaiur, receberia 4 ou 5.

Na metade da campanha eleitoral, a pesquisa do El País mostra um desmoronamento geral do PSOE, acentuado nos grandes re­­dutos do partido, como Andalu­­zia, Catalunha e País Basco. Nes­­sas regiões, o PP cresce de forma surpreendente.

Já segundo a pesquisa do jornal "ABC", elaborada pelo instituto DYM, Rajoy supera Rubalcaba em 12 pontos porcentuais nas intenções de voto. Assim, o PP ob­­teria entre 187 e 188 cadeiras parlamentares, enquanto o PSOE fi­­caria com 123 a 126 cadeiras.

Também de acordo com as pesquisas dos jornais da região da Catalunha, o PP obteria resultados similares. Segundo o jornal La Vanguardia, o PP avança com 184-189 cadeiras contra 116-120 do PSOE. Além disso, a pesquisa prevê o crescimento da coalizão IU, que obteria entre 8 e 10 cadeiras, enquanto a UPyD quadruplicaria sua presença na Câmara, com 3 ou 4 cadeiras.

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Outro jornal, o El Periódico, in­­dica que, segundo pesquisa do Instituto Gesop, o PP conseguiria o melhor resultado de sua história, com 188-192 deputados, en­­quanto o PSOE naufragaria, ao conseguir entre 115 e 118 cadeiras.

Para a jornada eleitoral do próximo domingo, 35,7 milhões de cidadãos estão habilitados para votar, 34,3 milhões deles residentes na Espanha e 1,48 milhões no exterior.

Os partidos políticos multiplicam esta semana as ações de campanha no sentido de convencer os eleitores inscritos para as eleições de domingo.