Dois partidos políticos liberais egípcios anunciaram neste sábado que não concorrerão nas eleições parlamentares, porque o atual sistema e a falta de liberdade "não encoraja a participação na vida política".
A decisão de boicotar as eleições previstas para março e abril foi adotada pelo Partido Al Dostur (a Constituição) e pela Aliança Popular Socialista.
Em comunicado, Al Dostur explicou que "existe uma forte tendência no Egito a restringir a atividade política e limitá-la aos que têm estreitos interesses, influência e dinheiro".
Al Dostur denunciou também que continuaram as violações aos direitos humanos no Egito, citando a morte da ativista Shaima al Sabag, da Aliança Popular Socialista, em 24 de janeiro, pelas mãos da polícia em uma manifestação.
A Aliança Popular Socialista decidiu não participar das eleições legislativas em protesto pela morte de Al Sabag, e porque as autoridades não cumpriram com suas reivindicações.
Entre estas figura a destituição do ministro do Interior, Mohammed Ibrahim e a libertação dos presos políticos.
Em 27 de janeiro, uma coalizão de grupos liberais e de esquerda do Egito ameaçou boicotar as próximas eleições legislativas se não se cumprissem com essas condições.
O caso de Al Sabag despertou grande controvérsia no país, onde o Ministério do Interior se desvinculou do ocorrido enquanto circulavam na internet vídeos que mostram a polícia disparando contra os manifestantes e a ativista ensanguentada no lugar.
As autoridades seguem reprimindo os islamitas e os jovens ativistas desde que em julho de 2013 o Exército depôs o presidente Mohammed Mursi, membro da Irmandade Muçulmana, grupo que no final desse ano foi declarado terrorista.
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