Líderes dos liberais democratas e dos conservadores na Grã-Bretanha se reuniram neste domingo para discutir a possível formação de uma aliança, depois de nenhum partido obter a maioria no Parlamento nas eleições gerais de quinta-feira. Representantes do Partido Conservador e do Partido Liberal Democrata negociaram ao longo de todo o dia. Segundo um alto membro do Partido Liberal Democrata, os dois partidos ainda têm de resolver grandes divergências em questões como reforma eleitoral.
Os liberais democratas querem a mudança do sistema eleitoral, já que obtiveram 23% dos votos mas apenas 9% dos assentos no Parlamento. No entanto, se os conservadores cederem, poderão ser ameaçados pelo pequeno partido em eleições futuras. A divisão nas eleições pode abrir espaço para que o Partido Trabalhista, do primeiro-ministro Gordon Brown, permaneça no poder através de uma coalizão com os liberais democratas e outros partidos menores.
O líder do Partido Liberal Democrata, Nick Clegg, não participou das negociações com os conservadores no domingo, mas se reuniu com Gordon Brown e, segundo um porta-voz do partido, teve uma "discussão amigável" com o primeiro-ministro.
Há temores de que as incertezas políticas no país acabem afetando o mercado financeiro na segunda-feira. "Estamos bastante conscientes da necessidade de garantir ao país um novo governo, estável e legítimo, o mais rápido possível", disse o porta-voz do Partido Conservador para Assuntos Internacionais, William Hague. Segundo ele, as negociações devem continuar na segunda-feira.
O Partido Conservador, de David Cameron, obteve 306 assentos, mas precisaria de mais 20 cadeiras para garantir a maioria absoluta. A expectativa do partido é chegar a um acordo com os liberais democratas, que conseguiram 57 assentos. Foi a primeira vez desde 1974 que a Grã-Bretanha saiu de uma eleição geral sem que um partido conquistasse a maioria absoluta para formar um novo governo.
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