Partidos políticos do Egito, buscando manter os antigos aliados do presidente deposto Hosni Mubarak fora do parlamento, vão analisar no domingo as concessões nas regras eleitorais oferecidas pelos militares.
O Conselho do Exército que governa o país disse que iria alterar uma lei que proíbe os partidos de inscrever candidatos como independentes, definir um calendário mais claro para a mudança para um regime civil e considerar o fim de julgamentos militares para civis.
A concessão do Exército vem um dia antes de um prazo fixado pelos partidos, que ameaçaram boicotar as eleições a menos que o exército altere a lei eleitoral para permitir a inscrição de candidatos tanto nas listas dos partidos como para lugares reservados a indivíduos independentes.
Ex-aliados de Mubarak, muitos deles com prestígio local em suas áreas de atuação, têm sido rejeitados pela maioria dos partidos, deixando-os com poucas opções para a reeleição.
"Eu acredito que a aliança (de partidos) vai aceitar essas concessões", disse Essam el-Erian, vice-diretor do Partido Liberdade e Justiça da Irmandade Muçulmana, à Reuters no domingo.
"Boicotar as eleições foi uma opção de ameaça para pressionar o Conselho Militar, não uma opção séria", disse ele. "Os partidos políticos foram criados para participar nas eleições, não para boicotá-las."
O Exército conta com o apoio da população por manter a ordem, após a queda de Mubarak em fevereiro e por prometer respeitar as reivindicações para uma transição democrática. Mas os egípcios criticam a manipulação do período de transição. Milhares protestaram no centro do Cairo no sábado para manter a pressão sobre os militares.
A Irmandade Muçulmana, maior força política do Egito, havia dito que não iria participar do protesto, mas páginas de Internet de redes sociais dizem que muitos de seus membros mais jovens ignoraram a orientação.
As eleições parlamentares do Egito estão previstas para 28 de novembro.
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