Os partidos políticos espanhóis multiplicaram nesta segunda-feira (14) os atos eleitorais ao entrar na reta final da campanha para as eleições do próximo domingo, nas quais as pesquisas são unânimes ao prever uma ampla vitória dos conservadores do Partido Popular (PP), de oposição.

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A contundência das pesquisas, que concedem ao PP de Mariano Rajoy entre 184 e 194 cadeiras do Congresso dos Deputados, formado por 350 assentos - a maioria absoluta é de 176 -, obrigou o candidato governista, Alfredo Pérez Rubalcaba, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), a redobrar seus discursos para tentar reduzir distâncias e convencer os eleitores indecisos.

Se as previsões forem cumpridas, o PSOE, que governa a Espanha desde 2004 com José Luis Rodríguez Zapatero à frente do Executivo, pode receber neste ano o pior resultado de sua história. Algumas pesquisas, como a publicada pelo jornal "El País", apontam apenas 112 cadeiras parlamentares, muito menos que as atuais 169.

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Rubalcaba, que aceitou liderar a legenda socialista após Zapatero desistir de concorrer a um terceiro mandato, inaugurou nesta segunda-feira uma nova modalidade de ato eleitoral, com comícios de pequeno porte, nos quais pediu um "pequeno esforço" final.

O presidenciável governista escolheu o povoado de Betanzos, próximo à província de La Coruña, na região da Galícia, para a campanha nesta segunda-feira.

Acompanhado pelo ministro da Justiça, Francisco Caamaño, nome conhecido da província, o candidato socialista reconheceu que as novas investidas representam um "caso de urgência" para mobilizar o máximo possível de eleitores, pois, segundo ele, as eleições do próximo domingo são as mais importantes desde 1977.

O presidenciável buscou enfatizar aos eleitores indecisos a importância do voto. "A indiferença não constrói nada e, de qualquer maneira, dá a vitória à direita", destacou Rubalcaba, que foi vice-presidente do governo com Zapatero, além de ministro do Interior e porta-voz do Executivo.

Seu principal rival e grande favorito, segundo as pesquisas, o líder do PP, Mariano Rajoy, enfrenta a reta final da campanha de uma perspectiva muito diferente. Na cidade de León, o candidato conservador mencionou nesta segunda-feira a possibilidade de um eventual governo do PP ser formado por tecnocratas sem trajetória política.

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Durante uma breve conversa informal com jornalistas, Rajoy não confirmou nem desmentiu a presença do economista José Manuel González Páramo em seu eventual governo.

Conselheiro do Banco Central Europeu (BCE), González Páramo se ajusta ao perfil de profissional de reputação sem passado na política, mas o presidenciável socialista não deu mais pistas sobre o assunto.

Ao contrário de Rubalcaba, Rajoy não pretende mudar a programação de sua campanha, que segue a evolução da crise da dívida na zona do euro e dos mercados financeiros. Nesta segunda-feira, os mercados voltaram a castigar a taxa de risco espanhola, que bateu um novo recorde, aos 432 pontos básicos.

Apesar das mudanças políticas na Itália e Grécia, os investidores preferiram a cautela nos negócios de renda variável - a Bolsa de Madri fechou em baixa de 2,15% - e se desfizeram de papéis da dívida dos países periféricos da União Europeia (UE), levando a rentabilidade do bônus espanhol para dez anos fechar aos 6,11%.

Rajoy vê com bons olhos a realização de eleições na Espanha, para que o país consiga mudanças políticas. Para ele, se não houvesse pleito, os espanhóis poderiam sofrer uma crise política semelhante à da Itália, que neste fim de semana testemunhou a queda do primeiro-ministro Silvio Berlusconi e a ascensão do economista Mario Monti ao poder.

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Embora não acredite que seja totalmente suficiente uma mudança de governo para melhorar a crise financeira da Espanha, que continua pagando mais que o habitual para se financiar, ele considera o pleito um importante passo adiante para que a economia espanhola recupere uma posição saneada no contexto internacional.

Os outros partidos também aceleraram o ritmo da campanha nesta reta final, mas suas expectativas estão muito afastadas das duas formações majoritárias, que na atual legislatura dominaram 92% das cadeiras do Parlamento.

As pesquisas de opinião indicam um crescimento das legendas nanicas, entre elas a Esquerda Unida, além da entrada no Parlamento da coalizão basca Amaiur, de caráter separatista, criada para este pleito.