Os partidos políticos da Malásia fizeram neste sábado (04) seus últimos esforços para a eleição parlamentar deste domingo (05), enquanto a mais recente pesquisa de intenção de voto aponta uma competição acirrada entre a Frente Nacional do primeiro-ministro Najib Razaq, de centro-direita, e uma aliança de oposição de centro-esquerda.

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Pesquisa divulgada pelo instituto Merdeka Center indica que a Frente Nacional poderá eleger 85 deputados, enquanto a aliança de três partidos da oposição, liderada pelo ex-primeiro-ministro Anwar Ibrahim, poderá conseguir 89 cadeiras no Parlamento; partidos menores elegeriam dois deputados e 46 cadeiras foram consideradas em aberto, com disputas acirradas demais para que se faça uma previsão.

Atualmente, a Frente Nacional tem 135 deputados em um Parlamento de 222 integrantes, enquanto a Aliança Popular, liderada por Ibrahim, tem 75 deputados. "Eles estão numa disputa apertada. Ambos têm apoio igualmente forte. Será uma eleição muito disputada", disse o diretor do Merdeka Center, Ibrahim Suffian. A pesquisa ouviu 1.600 eleitores entre os dias 28 de abril e 2 de maio; 42% dos entrevistados disseram que a oposição deve ter uma chance de governar, enquanto 41% manifestaram apoio à frente nacional, que está no poder há 56 anos. Outros 13% se disseram indecisos e 4% se recusaram a responder; a pesquisa tem uma margem de erro de 2,45 pontos porcentuais.

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Cerca de 13,3 milhões de eleitores estão qualificados para participar do pleito, que elegerá não apenas o novo Parlamento, como os Legislativos dos 12 estados da Malásia. Cerca de um quinto dos eleitores estará votando pela primeira vez.

Segundo Suffian, a pesquisa indica que muitos eleitores com menos de 40 anos de idade, grupo que representa 52% do eleitorado, têm acesso à internet e apoiam a oposição, enquanto a Frente Nacional tem maior apelo entre os mais velhos e nas áreas rurais. Ele também disse que os eleitores da etnia malaia, que representam 60% da população de 29 milhões de pessoas (os demais são de etnia chinesa), estão divididos; esse setor tradicionalmente apoia o partido governista.

O governo, por sua vez, destacou em comunicado que a pesquisa aponta uma taxa de aprovação de 61% para o governo do primeiro-ministro Razaq, e que 58% dos entrevistados disseram que o país está no caminho certo. De acordo com o escritório do primeiro-ministro, a pesquisa do instituto Merdeka excluiu eleitores das províncias de Sarawak e Sabah, localizadas na ilha de Bornéu (que a Malásia divide com a Indonésia e com o emirado de Brunei). Caso esses eleitores fossem incluídos, "isso inclinaria a pesquisa ainda mais a favor da Frente Nacional", diz o comunicado.

Najib Razaq, de 59 anos, tenta sua primeira eleição depois de chegar à chefia do governo em 2009. Seu governo promoveu uma série de reformas econômicas e políticas que incluíram a abolição de uma Lei de Segurança Nacional que era considerada muito repressiva, medidas para atrair o investimento estrangeiro e políticas de distribuição de renda.

Anwar Ibrahim era vice-primeiro-ministro em 1998, quando foi demitido depois de manifestar sua intenção de disputar eleições pela oposição. Esta é a primeira eleição que ele consegue disputar; nas anteriores, ele foi impedido por ser acusado de sodomia logo depois de anunciar sua candidatura. Chegou a ser condenado, em julgamento que a oposição diz ter sido politicamente motivado, e saiu da prisão em 2004.

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Em entrevista à Associated Press nesta semana, Ibrahim disse que deverá vencer por causa do apoio dos eleitores mais jovens. "As pessoas não aguentam mais este governo semiautoritário, de controle total sobre a mídia, de arrogância e de corrupção endêmica", acrescentou.