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Eleições

Partidos fracassam na formação do governo e aprofundam crise grega

O líder da esquerda radical Alexis Tsipras (braço erguido) tem três dias para formar novo governo | Louisa Gouliamaki/AFP
O líder da esquerda radical Alexis Tsipras (braço erguido) tem três dias para formar novo governo (Foto: Louisa Gouliamaki/AFP)

Após resultados eleitorais que não permitiram a nomeação de um primeiro-ministro de forma isolada por um partido político, fracassou ontem a primeira tentativa de formação de um governo de coalizão na Grécia. Assim, cresce a expectativa de que novas eleições sejam convocadas no país.

Antonis Samaras, o líder do partido conservador Nova Democracia, que obteve a maior votação nas eleições parlamentares de domingo, anunciou que não tinha conseguido montar uma coalizão que garantisse sua indicação para primeiro-ministro.

Sozinha, a base políti­­ca do premiê Lucas Papademos, composta pelo Nova De­­mo­­­­cracia e pelo Partido So­­cia­­lista Pan-Helênico (Pasok), não chega às 151 cadeiras ne­­ces­­sárias para ter maioria no Parlamento e precisaria convencer um dos outros cinco partidos com representação a ingressar na coalizão.

Desse modo, hoje é a vez de o líder do segundo partido mais votado, a Coalizão da Esquerda Radical (Syriza), tentar viabilizar um governo de esquerda, o que parece pouco provável, já que também não teriam cadeiras suficientes sem apoio das legendas tradicionais.

Surpresa

O Syriza, liderado pelo jovem Alexis Tsipras, 38 anos, foi a maior surpresa da eleição na Grécia, com mais que o triplo do percentual obtido na votação de 2009.

O partido é favorável à permanência na zona do euro, mas contrário ao acordo de resgate que exige medidas de austeridade do país.

A legenda tem prazo de até três dias para negociar uma coalizão. Caso fracasse, será a vez do Pasok, liderado pelo ex-ministro das Finanças Evangelos Venizelos, ter o mesmo prazo para costurar a formação do governo.

Se essas tentativas não forem bem-sucedidas, o presidente do país convocará os três líderes partidários para uma reunião, a última tentativa de formar um governo de "união nacional".

Sem acerto, serão convocadas para junho novas eleições. O mês é decisivo para a Grécia também por ser a data-limite para que o país faça cortes adicionais de 11,5 bilhões de euros em seu­­ Orçamento para 2013 e­­ 2014, conforme exigência dos credores.

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