Redução de custos
Ex-chefe do FMI diz que Europa precisa retomar reformas
Para além do debate entre austeridade fiscal e crescimento econômico, o indiano Raghuran Rajan, que foi economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) e hoje leciona na Universidade de Chicago, sugere que os países europeus avancem em reformas estruturais prometidas e não levadas adiante.
Rajan diz que para recuperar o crescimento, os europeus têm que reduzir os custos de produção, o que passa pela flexibilização de leis trabalhistas e mudanças na Previdência Social.
Essas medidas, no entanto, tem sido motivo de protestos em toda a Europa.
Para o economista, é difícil que a Alemanha aceite rever o pacto fiscal, uma vez que passou por essas mesmas "doloridas" reformas nos últimos 20 anos.
Por isso, diz ele, ganhou competitividade frente os demais. "Os europeus dizem que não possível cortar gastos, que é preciso manter a qualidade de vida. Infelizmente, os mercados não parecem mais querer financiá-los.
Então o que pretendem fazer agora?", questiona.
Após resultados eleitorais que não permitiram a nomeação de um primeiro-ministro de forma isolada por um partido político, fracassou ontem a primeira tentativa de formação de um governo de coalizão na Grécia. Assim, cresce a expectativa de que novas eleições sejam convocadas no país.
Antonis Samaras, o líder do partido conservador Nova Democracia, que obteve a maior votação nas eleições parlamentares de domingo, anunciou que não tinha conseguido montar uma coalizão que garantisse sua indicação para primeiro-ministro.
Sozinha, a base política do premiê Lucas Papademos, composta pelo Nova Democracia e pelo Partido Socialista Pan-Helênico (Pasok), não chega às 151 cadeiras necessárias para ter maioria no Parlamento e precisaria convencer um dos outros cinco partidos com representação a ingressar na coalizão.
Desse modo, hoje é a vez de o líder do segundo partido mais votado, a Coalizão da Esquerda Radical (Syriza), tentar viabilizar um governo de esquerda, o que parece pouco provável, já que também não teriam cadeiras suficientes sem apoio das legendas tradicionais.
Surpresa
O Syriza, liderado pelo jovem Alexis Tsipras, 38 anos, foi a maior surpresa da eleição na Grécia, com mais que o triplo do percentual obtido na votação de 2009.
O partido é favorável à permanência na zona do euro, mas contrário ao acordo de resgate que exige medidas de austeridade do país.
A legenda tem prazo de até três dias para negociar uma coalizão. Caso fracasse, será a vez do Pasok, liderado pelo ex-ministro das Finanças Evangelos Venizelos, ter o mesmo prazo para costurar a formação do governo.
Se essas tentativas não forem bem-sucedidas, o presidente do país convocará os três líderes partidários para uma reunião, a última tentativa de formar um governo de "união nacional".
Sem acerto, serão convocadas para junho novas eleições. O mês é decisivo para a Grécia também por ser a data-limite para que o país faça cortes adicionais de 11,5 bilhões de euros em seu Orçamento para 2013 e 2014, conforme exigência dos credores.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião