Após resultados eleitorais que não permitiram a nomeação de um primeiro-ministro de forma isolada por um partido político, fracassou ontem a primeira tentativa de formação de um governo de coalizão na Grécia. Assim, cresce a expectativa de que novas eleições sejam convocadas no país.
Antonis Samaras, o líder do partido conservador Nova Democracia, que obteve a maior votação nas eleições parlamentares de domingo, anunciou que não tinha conseguido montar uma coalizão que garantisse sua indicação para primeiro-ministro.
Sozinha, a base política do premiê Lucas Papademos, composta pelo Nova Democracia e pelo Partido Socialista Pan-Helênico (Pasok), não chega às 151 cadeiras necessárias para ter maioria no Parlamento e precisaria convencer um dos outros cinco partidos com representação a ingressar na coalizão.
Desse modo, hoje é a vez de o líder do segundo partido mais votado, a Coalizão da Esquerda Radical (Syriza), tentar viabilizar um governo de esquerda, o que parece pouco provável, já que também não teriam cadeiras suficientes sem apoio das legendas tradicionais.
Surpresa
O Syriza, liderado pelo jovem Alexis Tsipras, 38 anos, foi a maior surpresa da eleição na Grécia, com mais que o triplo do percentual obtido na votação de 2009.
O partido é favorável à permanência na zona do euro, mas contrário ao acordo de resgate que exige medidas de austeridade do país.
A legenda tem prazo de até três dias para negociar uma coalizão. Caso fracasse, será a vez do Pasok, liderado pelo ex-ministro das Finanças Evangelos Venizelos, ter o mesmo prazo para costurar a formação do governo.
Se essas tentativas não forem bem-sucedidas, o presidente do país convocará os três líderes partidários para uma reunião, a última tentativa de formar um governo de "união nacional".
Sem acerto, serão convocadas para junho novas eleições. O mês é decisivo para a Grécia também por ser a data-limite para que o país faça cortes adicionais de 11,5 bilhões de euros em seu Orçamento para 2013 e 2014, conforme exigência dos credores.