Os partidos políticos gregos estão fazendo a última tentativa de formar um governo e evitar a repetição das eleições, depois da manifestação de parte do eleitorado contra a ajuda financeira internacional.
O dirigente socialista Evangelos Venizelos é o terceiro e último político encarregado de tentar formar um governo desde a eleição de domingo. O partido conservador Nova Democracia e a Coalizão de Esquerda Syriza já tentaram sem sucesso buscar maioria.
As esperanças agora estão depositadas no líder da moderada Esquerda Democrática, Fotis Kouvelis, que saiu de uma reunião com Venizelos propondo um governo de todos os partidos, que mantivesse a Grécia na zona do euro, mas cancelasse o recebimento da ajuda internacional, que está vinculada à adoção de impopulares medidas de austeridade.
Fontes dizem que seu partido está dividido sobre aderir a uma coalizão sem a companhia dos esquerdistas do Syriza, que rejeitam terminantemente a proposta, e cuja popularidade disparou depois da eleição.
"Há uma ínfima chance de uma coalizão de Kouvelis concordar", disse um político socialista, pedindo anonimato. "Mas o partido dele está rachado bem ao meio."
Fontes políticas dizem que dificilmente haverá um acordo antes que o presidente Karolos Papoulias convoque todos os líderes políticos e faça um apelo final pela formação do governo, o que seria a última etapa antes da convocação de novas eleições dentro de três a quatro semanas.
Venizelos admitiu a iminência do fracasso em declarações à bancada do seu partido, o Pasok, reduzida a cerca de um quarto do que era na legislatura passada. Há décadas o Pasok e o Nova Democracia se revezam no poder, e o eleitorado os vê como responsáveis pela atual crise.
O Syriza reiterou sua posição de não participar de uma coalizão, posição reforçada por uma pesquisa nesta quinta-feira mostrando que a coalizão esquerdista ficaria em primeiro lugar se as eleições fossem repetidas, com 27,7 por cento dos votos, aumento de quase 11 pontos percentuais em relação ao resultado de domingo.
O Nova Democracia cairia para segundo lugar, com 20,3 por cento, e o Pasok encolheria ainda mais, de 13,2 por cento para 12,6 por cento.
Em meio ao impasse político, novos dados econômicos reforçam a gravidade da crise no país, que enfrenta há cinco anos uma das piores recessões europeias do pós-Guerra. O desemprego bateu um novo recorde em fevereiro, atingindo metade dos jovens e um quinto da força de trabalho como um todo.
Os jovens são vistos como a grande força responsável pela ascensão da Coalizão de Esquerda, que passou de 5 por cento dos votos em 2009 para quase 17 por cento, relegando o tradicional Pasok da condição de segundo maior partido.
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