Os resultados iniciais da primeira eleição livre no Egito em seis décadas serão divulgados nesta quinta-feira, e os partidos islamistas despontam como favoritos para formar a maioria parlamentar, a exemplo do que ocorreu recentemente na Tunísia e no Marrocos.
O processo eleitoral egípcio, no entanto, vai até janeiro, e só depois disso será possível conhecer a composição exata do novo Parlamento. Com a legitimidade das urnas, a assembleia poderá desafiar o poder da junta militar formada depois da rebelião popular que derrubou o presidente Hosni Mubarak, em fevereiro.
A Irmandade Muçulmana, maior e mais antiga organização islamista do país, acredita que seu braço político, o recém-formado Partido Liberdade e Justiça (PLJ), terá condições de ocupar 40 por cento das vagas definidas na votação por listas partidárias, definida na primeira etapa da votação, na segunda e terça-feira, que transcorreu sem incidentes graves, embora com muitas irregularidades.
O primeiro-ministro do Catar, xeque Hamad bin Jassim al Thani, disse em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo Financial Times que os grupos islâmicos representarão a próxima onda de poder político no mundo árabe, e que o Ocidente deveriam dar seu aval a isso, pois políticos islamistas moderados seriam capazes de se contraporem a ideologias extremistas.
"Não devemos temê-los (os políticos islamistas moderados), vamos cooperar com eles. Não deveríamos ter um problema com quem opera dentro das normas do direito internacional, que chega ao poder e luta contra o terrorismo", disse o xeque.
Potências ocidentais já aceitam que o advento da democracia no mundo árabe pode levar grupos islamistas ao poder, mas temem também que um governo religioso no Egito reverta liberdades sociais no país e ameace o acordo de paz do país com Israel, em vigor desde 1979.
O movimento juvenil laico 6 de Abril, articulador da rebelião que derrubou Mubarak, também disse não haver motivo de preocupação.
"Ninguém deve se preocupar com a vitória de uma lista ou corrente política. Esta é uma democracia, e esta grande nação não permitirá que ninguém a explore novamente", disse o grupo em sua página do Facebook.
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