O número de mortos deixados pelo furacão Félix subiu para 65 nesta quinta-feira (6) depois que os corpos de pelo menos 25 pescadores foram encontrados no litoral de Honduras. Segundo informações da agência France Presse, este número pode ser ainda maior, e passar de 100.
Acredita-se que os mortos encontrados sejam parte de um grupo de índios miskito, que se dispersou durante a passagem do Félix.
Mais cedo, autoridades da Nicarágua e de Honduras informaram que o furacão havia deixado 40 mortos, quase todas no litoral.
Segundo relato de sobreviventes, a tempestade chegou muito rapidamente à região, pegando-os de surpresa e inundando o litoral dos dois países. Alguns disseram ter ficado pendurados em objetos que boiassem durante 16 horas, necessitando de cuidados médicos após o resgate.
Militares dos Estados Unidos e de Honduras fizeram uma busca em helicópteros e barcos, em busca dos desaparecidos.
As praias da região estão completamente tomadas por destroços. O Félix passou pela região com com a categoria 5, a máxima da escala Saffir-Simpson, com ventos de mais de 260km/h, gerando ondas de mais de 6 metros de altura.
Ele afetou 6.122 famílias, deixando mais de 40 mil desabrigados e obrigando pelo menos 15.809 a deixar suas casas. As vítimas estão em 76 albergues instalados em todo o litoral Atlântico Norte, segundo a Defesa Civil.
O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, foi à Região Autônoma do Atlântico Norte (RAAN), declarada em "estado de desastre", para avaliar os danos.
"Ainda não temos uma dimensão clara de todo o impacto", admitiu o governante. Ele estava acompanhado por um oficial do Exército dos Estados Unidos, que coordenará a chegada de helicópteros americanos para participar de trabalhos humanitários. O primeiro deles aterrissou hoje em Puerto Cabezas.
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU enviou por via aérea 4,5 toneladas de feijão, arroz, milho, soja e óleo de cozinha, para alimentar a povoação litorânea de Bilwi, afetada pelo ciclone.
Henriette
Além do Félix, que perdeu força, o furacão Henriette passou pelo México nesta semana. Dois homens morreram na cidade mexicana de Guaymas, em Sonora, nesta quarta-feira (5) varrida por Henriette, que chegou ao noroeste do México como furacão de categoria 1 (mínima), segundo autoridades do local.
A primeira vítima caiu do mirante de San Carlos, em Guyanas, levada por ventos de 120km/h do Henriette. A segunda foi um pescador que trabalhava na zona costeira de Guyanas