O governo de Israel anunciou novas restrições ao "passaporte verde" da Covid-19 para permitir a entrada em locais fechados apenas às pessoas que já receberam uma dose de reforço de um imunizante contra o coronavírus. As novas regras entram em vigor neste domingo (3).
A partir de hoje, o passaporte verde será válido por apenas seis meses após a última dose de vacina do portador, uma mudança que afetará entre 1,7 milhão e 1,9 milhão de israelenses, segundo a imprensa local. Todos os certificados atuais foram anulados e os cidadãos precisam fazer um novo documento por meio do site ou aplicativo do Ministério da Saúde do país.
O ministério informou neste domingo que o seu site e o aplicativo passaram por instabilidades, devido ao grande número de pessoas que tentaram baixar o novo certificado, e que, por isso, o documento atual será válido até a quinta-feira. O ministério disse que mais de 1 milhão de novos certificados foram emitidos neste domingo.
O documento é exigido para a entrada em lojas, restaurantes, eventos culturais, academias e outros locais fechados.
Após o anúncio das mudanças, israelenses protestaram contra o passaporte sanitário do país neste domingo, noticiou a Associated Press. Os manifestantes consideram o sistema uma forma de vacinação obrigatória.
Para receber o certificado, os cidadãos precisam ter recebido uma terceira dose de vacina contra Covid-19, ou ter recebido a segunda dose nos últimos seis meses. Até a quinta-feira, cerca de 1,6 milhão de israelenses que já estão aptos para receber a terceira dose ainda não tinham sido vacinados, o que significa que eles perderão o novo certificado, noticiou o jornal Haaretz. A maioria das doses aplicadas em Israel é da vacina da Pfizer.
O Ministério da Saúde de Israel recomenda que aqueles que se recuperaram da Covid-19 recebam uma dose única da vacina. Anteriormente, pacientes recuperados da doença estavam aptos a receber o certificado verde mesmo se não estivessem vacinados. Agora, o passaporte será válido apenas por seis meses para essas pessoas, que depois desse período terão que tomar uma dose da vacina para manter a validade do documento.
As decisões das autoridades de saúde israelenses foram tomadas após evidências indicarem que a imunidade contra o coronavírus de pacientes recuperados de Covid-19 diminui com o passar dos meses, assim como a imunidade conferida pelas vacinas.
Ainda assim, o aumento de casos de Covid-19 nos últimos meses em Israel é atribuído principalmente à pequena parcela de sua população que não está vacinada. Neste domingo, 588 pacientes estão internados em hospitais do país com casos graves da infecção - entre eles, mais de 70% não foram vacinados, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, disse neste domingo, durante reunião do gabinete de combate ao coronavírus, que o surto causado pela variante delta do vírus está começando a ser controlado.
"Quando um vírus começa a recuar, não podemos deixá-lo se recuperar", disse Bennett, segundo a imprensa local. Ele defendeu a continuidade das restrições rígidas, para evitar "sinalizar ao público que estamos deixando de usar máscaras". Para o premiê, a tarefa mais urgente é diminuir as restrições no sistema educacional para encerrar as "quarentenas em massa nas escolas".
Essa foi a primeira reunião do gabinete israelense de combate ao coronavírus em mais de um mês, e discutiu maneiras de incentivar a dose de reforço dos imunizantes entre a população do país, além do relaxamento das restrições caso os índices de infecção diminuam nos próximos dias.
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