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Avião desaparecido

Passaportes falsos não têm elo com terror, diz Interpol

O desaparecimento do Boeing 777 da Malaysia Airlines não parece ter sido causado por uma ação terrorista, afirmou o secretário-geral da Interpol (polícia internacional). "Quanto mais informações nós temos, mais ficamos inclinados a concluir que não é um incidente terrorista", afirmou Ronald K. Noble.

O voo MH370, com 239 pessoas a bordo, perdeu contato cerca de uma hora após levantar voo de Kuala Lumpur na sexta-feira (7, pelo horário de Brasília), rumo a Pequim.

O último contato foi feito quando o Boeing sobrevoava o golfo da Tailândia, entre Vietnã e Malásia.

Radares militares da Malásia indicam que o avião fez uma mudança de rota pouco antes de desaparecer, o que torna mais difícil saber onde ele pode ter caído.

Apesar das intensas buscas envolvendo 40 navios de dez países, não foi encontrado nenhum sinal do avião.

A suspeita de terrorismo foi despertada no sábado (8), após a revelação de que dois passageiros embarcaram no voo com passaportes roubados.

A Interpol identificou um deles como Delavar Seyed Mohammadreza, 29 anos. O outro é Pouria Nour Mohammad Mehrdad, 18 anos, segundo a polícia da Malásia.

Iranianos

Noble disse que os dois são cidadãos iranianos e usaram um passaporte italiano e um austríaco, roubados na Tailândia em ocasiões distintas.

Ambos compraram os bilhetes na Tailândia e entraram na Malásia juntos. Na segunda-feira (10), a polícia da Tailândia havia dito que um homem iraniano havia comprado os bilhetes para os dois passageiros.

Entre os indícios que afastam a hipótese de ação terrorista, Noble citou a informação das autoridades malasianas de que um dos dois passageiros estaria tentando chegar à Alemanha para visitar a mãe.

Amigos e parentes disseram a jornalistas que os dois eram amigos e haviam passado pela Malásia como parte de um périplo pelo qual pretendiam chegar à Europa, onde tentariam obter asilo.

"Esses indivíduos provavelmente não são terroristas", disse Noble.

Cooperação

O Irã colocou-se à disposição das autoridades da Malásia para auxiliar nas investigações. "Estamos oferecendo nossa cooperação na busca por maiores informações", disse Marzieh Afkham, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã.

Sem pistas do avião, após quatro dias de esforços, as autoridades malasianas anunciaram que a área de buscas havia sido ampliada para o dobro das 50 milhas náuticas (94 km) iniciais.

Os investigadores também ampliaram as hipóteses de que um fator humano possa ter causado o desastre. Segundo a Malaysia Airlines, os pilotos não emitiram nenhum sinal de alerta, o que pode sugerir uma catástrofe súbita.

"Nos concentramos em quatro áreas: sequestro, sabotagem, problemas pessoais entre a tripulação e passageiros e problemas psicológicos entre a tripulação e os passageiros", disse o chefe da polícia da Malásia, Khalid Abu Bakar.

Ele explicou o que quis dizer com problemas pessoais: "Pode haver alguém no voo que comprou enormes somas em seguro e que quer que a família se beneficie. Estamos vendo todas as possibilidades".

Famílias

A convite da companhia aérea, um primeiro grupo de familiares de passageiros chineses chegou segunda (10) a Kuala Lumpur para continuar acompanhando as buscas na capital malasiana, em meio à crescente revolta com a falta de notícias.

O mistério em torno do avião abalou o país, já que a maioria dos passageiros é de chineses (154), segundo a mídia estatal.

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