Caracas (AFP) Começou ontem, em Caracas, na Venezuela, a edição 2006 do Fórum Social Mundial (FSM), que proporciona ao movimento antiglobalização uma oportunidade de enfrentar sua falta de independência financeira. A reunião dos críticos da globalização, organizada originalmente em Porto Alegre, pretende ser um "local de debate" para a sociedade civil, e de "articulação para as lutas dos movimentos sociais no mundo", mas acaba sendo financiada por órgãos do governo anfitrião, neste caso, a Venezuela. Criado em 2001, o Fórum nasceu para ser uma reunião parelela ao Fórum Econômico Mundial, cuja edição deste ano será aberta hoje em Davos, na Suíça.
O fórum, que em Caracas vai até domingo, teve as primeiras reuniões em Bamako, Mali, entre os dias 19 e 23. Outros encontros estão programados para Karachi, no Paquistão. Em todos os eventos, o objetivo é promover um debate plural e diverso, não-religioso, não-governamental e não-partidarista, destinado a debater as chamadas "alternativas ao modelo de dominação do imperialismo neoliberal, destrutivo e militarizado".
A passeata inaugural "antiguerra", marcada pela presença da norte-americana Cindy Sheehan, militante antimilitarista e mãe de um soldado morto no Iraque, ocupou ontem uma das principais artérias de Caracas. O governo de Hugo Chávez aproveita a presença de militantes antiglobalização para se promover. Até o fim da reunião, uma exposição ao ar livre destaca os "êxitos do governo bolivariano" ao longo da avenida Simón Bolivar, dentro do Festival da Democracia Bolivariana.