SHARM EL SHEIK - Mais de mil pessoas participaram, neste domingo, de um manifestação condenando os atentados que mataram pelo menos 88 pessoas no balneário de Sharm el-Sheikh, ocorrido na madrugada do sábado. Muitos dos manifestantes são trabalhadores da indústria hoteleira. Eles acenderam velas e depositaram flores em frente a um hotel destruído pelas explosões.
O governo egípcio disse ter detido 35 pessoas durante as investigações que se seguiram. As prisões vieram depois de o presidente do Egito, Hosni Mubarak, prometer perseguir os autores dos ataques. Após visitar sobreviventes das explosões, Mubarak disse que o Egito vai seguir na sua "guerra contra o terrorismo até que ele seja erradicado".
De acordo com agências de notícias, em declaração divulgada num website islâmico, pelo menos uma organização que alega ter ligações com a rede extremista Al-Qaeda assumiu a autoria das explosões. No entanto, o ministro egípcio do Interior, Habib Al-Adli, disse que ainda é muito cedo para se saber se de fato a Al-Qaeda teve relação com o ocorrido.
As autoridades do país disseram que a maioria das vítimas são cidadãos egípcios, mas também há pessoas de outras nacionalidades entre os mortos e feridos.
Um policial de Londres que havia ido ao balneário para passar férias depois de trabalhar no caso dos atentados a bomba de duas semanas atrás na capital britânica teve o azar de também testemunhar as explosões no Egito.
Esta é a primeira vez que Sharm el-Sheik, na Península do Sinai, e os hotéis no distrito de Naama Bay são atingidos por atentados a bomba. O local é um destino popular de turistas europeus, especialmente nestes meses de verão no hemisfério norte, e neste ano foi palco de um encontro entre líderes de Israel e da autoridade palestina.
Os ataques são os mais graves no Egito desde 1997, quando 62 turistas morreram num atentado na cidade de Luxor. Em outubro do ano passado, 34 pessoas, incluindo turistas israelenses, morreram em três explosões simultâneas na cidade de Taba, também na Península do Sinai.