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Opinião

Pastor é condenado a 9 anos de prisão em renovada perseguição a cristãos na China

pastor Wang Yi
Pastor Wang Yi em uma celebração antes de ser preso pelo governo chinês (Foto: Reprodução/Facebook)

Wang Yi, renomado pastor cristão na China, foi discretamente condenado a nove anos de prisão na segunda-feira (30), despojado de seus direitos políticos por três anos e multado em 50.000 yuanes (cerca de R$ 30 mil) - uma sentença dura e sintomática de uma repressão mais ampla na China contra cristãos e pessoas de todas as religiões. Os Estados Unidos estão exigindo a libertação do pastor.

Wang foi detido pouco antes do Natal de 2018, quando o Partido Comunista Chinês começou uma nova repressão à religião. Sua prisão ocorreu logo após o governo fechar três grandes igrejas não registradas, incluindo a congregação de Wang, a Early Rain Covenant Church em Chengdu.

Wang foi preso juntamente com sua esposa e mais de cem membros da Early Rain. Com exceção de Wang, todos os outros foram finalmente libertados.

Agora, depois de passar mais de um ano sob custódia, Wang foi acusado pelo Tribunal Popular Intermediário de Chengdu de "operações comerciais ilegais" e "incitar a subversão do poder do Estado" - esta última é uma acusação frequentemente apresentada para silenciar os oponentes políticos do Partido Comunista na China.

Tais acusações politicamente motivadas são especialmente perniciosas, porque geralmente são acompanhadas da privação de direitos políticos, o que significa que o prisioneiro não pode votar ou ser eleito ou exercer as liberdades de expressão, assembleia e imprensa, entre outras restrições.

Conhecendo o caráter do regime chinês, Wang escreveu uma carta em 2018 intitulada “Minha Declaração de Desobediência Fiel” e a entregou à sua congregação para publicar se ele fosse preso. A carta é uma defesa de sua fé e de suas ações, e é resumida neste trecho:

A Bíblia nos ensina que, em todos os assuntos relacionados ao evangelho e à consciência humana, devemos obedecer a Deus e não aos homens. Por esse motivo, desobediência espiritual e sofrimento corporal são as duas maneiras pelas quais testificamos para outro mundo eterno e para outro rei glorioso. É por isso que não estou interessado em mudar nenhuma instituição política ou jurídica na China. Eu nem sequer estou interessado na questão de quando as políticas do regime comunista que perseguem a igreja mudarão. Independentemente de qual regime eu vivo agora ou no futuro, enquanto o governo secular continuar a perseguir a igreja, violando a consciência humana que pertence somente a Deus, continuarei minha fiel desobediência. Pois toda a comissão que Deus me deu é permitir que mais chineses saibam através de minhas ações que a esperança da humanidade e da sociedade está apenas na redenção de Cristo, na soberania graciosa e sobrenatural de Deus.

De acordo com Bob Fu, fundador da ChinaAid, uma organização que assiste cristãos perseguidos na China, "a sentença de nove anos do pastor Wang representa a mais dura perseguição a um pastor de igreja local étnica chinesa em mais de uma década. [O] Partido Comunista Chinês está tentando enviar um sinal assustador para a comunidade cristã já perseguida na China de que, a menos que você fique calado diante do regime maligno, será preso".

No início de 2018, o presidente da China, Xi Jinping, e o Partido Comunista Chinês adotaram novos regulamentos sobre atividades religiosas, em um esforço para secularizar a religião, de acordo com os preceitos do Partido Comunista Chinês. Esses regulamentos e o princípio da sinicização amplificaram a já severa perseguição da China a grupos religiosos.

Para os cristãos, igrejas na China foram fechadas e pastores e congregações foram presos - alguns até mortos, como Li Baiguang. Para os católicos, o Vaticano capitulou as exigências de Pequim de compartilhar o controle sobre a nomeação de bispos na China. Para os muçulmanos, mais de 1 milhão de uigures foram arbitrariamente detidos em instalações de reeducação política, e outros muçulmanos estão enfrentando crescente perseguição.

Para os budistas, os tibetanos continuam a enfrentar restrições à prática religiosa e ao uso da língua tibetana. Para os praticantes de Falun Gong, os membros do grupo enfrentam várias formas de perseguição, e alguns até supostamente tiveram seus órgãos colhidos.

Pessoas de todas as religiões estão sofrendo perseguições nas mãos do Partido Comunista Chinês, que procura eliminar a ameaça política que vê na prática religiosa.

As graves ameaças da China à liberdade religiosa merecem uma resposta. O governo dos EUA deve considerar maneiras de fortalecer sua resposta às ameaças à liberdade religiosa em todo o mundo.

Como preconizado em um artigo recente da Heritage Foundation, os EUA devem fazer amplo uso de sua autoridade de sanções baseada em direitos humanos para responsabilizar os funcionários do governo chinês por violarem a liberdade religiosa. O governo dos EUA também deve continuar a destacar a China na Reunião Ministerial anual para promover a liberdade religiosa. Essas e outras medidas devem fazer parte da resposta à sentença injusta de Wang e às violações mais amplas da liberdade religiosa que ocorrem na China.

*Olivia Enos é analista sênior de política do Centro de Estudos Asiáticos do Instituto Davis de Segurança Nacional e Política Externa da Heritage Foundation.

© 2020 The Daily Signal. Publicado com permissão. Original em inglês.

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