Washington (AFP) O pastor norte-americano Pat Robertson pediu desculpas ontem por ter sugerido o assassinato do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. "É bom pedir um assassinato? Não, e peço desculpas por essa declaração. Falei movido pela frustração de conviver com um homem que pensa que os Estados Unidos tentam matá-lo", disse Robertson em seu site oficial.
Robertson falou sobre Chávez na segunda-feira, em seu programa de tevê, o "The 700 Club".
Antes de pedir desculpas, no entanto, Pat Robertson, disse que foi mal interpretado. "Disse que nossas forças especiais deveriam tirá-lo, e tirá-lo pode significar várias coisas, entre elas seqüestrá-lo. Existem várias formas de tirar um ditador do poder, além de matá-lo", explicou Robertson, de 75 anos. "Fui mal interpretado", afirmou.
Robertson, que foi candidato nas eleições presidenciais de 1988, sugeriu que o assassinato de Chávez seria mais barato do que iniciar uma guerra para derrubá-lo. "Se Chávez acha que estamos tentando assassiná-lo, penso que teríamos de ir adiante e fazê-lo", disse aos telespectadores. "Não precisamos de outra guerra de US$ 200 bilhões para nos livrarmos de um ditador violento. É muito mais fácil ter agentes secretos para fazer o trabalho", acrescentou.
O secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, que recentemente acusou Chávez de desestabilizar a região, afirmou que o governo dos EUA nunca considerou a opção de assassinar o presidente venezuelano, acrescentando que uma ação dessas seria ilegal. "Não fazemos este tipo de coisa", ressaltou. O Departamento de Estado considerou os comentários de Robertson "inadequados", mas não os condenou. "Suas opiniões não representam a política dos Estados Unidos", afirmou o porta-voz Sean McCormack.
Caracas exigiu que o governo de George W. Bush condene as declarações de Robertson, alegando que elas representam um "crime público", pelo qual o pastor deve ser castigado. Também exigiu que os Estados Unidos garantam a segurança de Chávez durante sua viagem àquele país, no mês que vem. Crítico feroz de Washington, Chávez acusou várias vezes o governo americano de querer assassiná-lo. Também denunciou o envolvimento dos EUA no golpe de Estado de abril de 2002, que o afastou do poder por 48 horas.
Em 1976, o ex-presidente americano Gerald Ford emitiu um decreto proibindo agências do governo de assassinar líderes estrangeiros. Em março passado, entretanto, o diretor da CIA, Porter Goss, disse que a proibição não impede a agência de matar terroristas inimigos.
No mesmo mês, Goss incluiu Chávez em um grupo de pessoas que estariam "causando problemas" para os EUA e mostrou preocupação com a amizade entre o venezuelano e o presidente de Cuba, Fidel Castro.
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