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Eleições na Argentina

Patricia Bullrich: a ex-guerrilheira e ex-ministra de Macri que virou à direita

A coalizão Juntos por el câmbio, da candidata Patricia Bullrich, ficou em segundo lugar na intenção de voto dos argentinos (Foto: EFE / Juan Ignacio Roncoroni)

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A ex-ministra de Segurança da Argentina Patricia Bullrich será candidata que disputará o cargo de presidente do país pela coalizão Juntos por el Câmbio (em tradução livre, Juntos pela Mudança), em 22 de outubro.

A representante de centro-direita, integrante do partido PRO (Proposta Republicana), ligado ao ex-presidente Mauricio Macri, tem 67 anos, é jornalista e possui um currículo marcante na política argentina.

Ela atuou na Câmara dos Deputados, foi ministra do Trabalho no governo de Fernando de La Rúa (1999-2001) e também chefiou o Ministério de Segurança no governo Macri (2015-2019).

Nascida em Buenos Aires, Bullrich vem de uma tradicional família aristocrática envolvida com a política: seu bisavô Honorio Pueyrredón foi um líder radical e ministro das Relações Exteriores.

Já na adolescência, ela demonstrou interesse pelo peronismo, fazendo parte da Juventude Peronista (JP), por influência da avó, como afirmou ao jornal FiloNews.

Nesse período, acabou se aproximando da guerrilha de esquerda Montoneros, cujo líder era seu cunhado, Rodolfo Galimberti.

Ao jornal Clarin, ela explicou que reivindicou participação no grupo até a década de 1970, quando uma 'autocrítica" a levou a perceber o mal que a violência faz para a política.

A organização, ligada a Juan Domingo Perón (1973-1974), defendia um viés mais social para o país sul-americano e atuou no combate à violenta ditadura argentina, que matou mais de 30 mil pessoas.

Propostas de governo

Com slogan "se não é tudo, não é nada", a candidata oposicionista ainda não formalizou suas propostas políticas para uma possível vitória nas eleições presidenciais de outubro.

No entanto, já se mostrou "linha-dura" com algumas declarações em entrevistas aos jornais argentinos, que deram "pistas" de como será o seu posicionamento como chefe de Estado.

Questionada pelo canal de TV do jornal La Nacion sobre temas de economia, Bullrich afirmou que defende o bimonetarismo, um sistema que usa duas moedas dentro do país, uma para transações e outra para investimentos. Ela considera a criação de uma lei que concede autonomia para o Banco Central tomar as decisões.

Ainda, a candidata disse que apoia a livre circulação do dólar e vai buscar maneiras de acabar com as restrições de câmbio no país, com o objetivo de estimular investimentos internos e externos. Também é a favor da redução de tributações.

Já se manifestou interessada em implementar reformas trabalhistas e fiscais na Argentina, que sofre uma grave crise econômica.

Em assuntos jurídicos, Bullrich defende a redução da maioridade penal, uma vez que menores de 16 anos não podem ser presos hoje no país. Em uma entrevista à CNN, ela também se manifestou contra a descriminalização das drogas.

A coalização oposicionista de centro-direita “Juntos pela Mudança”, ocupou a segunda colocação com 28,2% da intenção de votos nas primárias, cuja candidata é a ex-ministra de Segurança. Em terceiro lugar ficou com 27% dos votos a coalizão peronista União pela Pátria, do atual ministro da economia Sergio Massa, e o vencedor com mais de 30% de votos, o economista libertário Javier Milei.

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