Paul McCartney disse nesta quinta-feira que escreveu ao presidente russo, Vladimir Putin, para pedir que ele ajude a garantir a libertação de um grupo de ativistas do Greenpeace presos na Rússia.
Vinte e oito ativistas, incluindo uma brasileira, e dois jornalistas podem pegar até 7 anos de prisão devido a um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico, durante o qual alguns integrantes do grupo ambientalista tentaram escalar uma plataforma russa de petróleo.
"Seria ótimo se esse mal-entendido pudesse ser resolvido e os manifestantes puderem estar com suas famílias a tempo do Natal. Nós vivemos em paz", escreveu McCartney em seu site.
O músico disse que Putin, a quem conheceu quando fez seu primeiro show em Moscou, em 2003, não havia respondido à carta, enviada em 14 de outubro, embora, segundo contou, o embaixador da Rússia em Londres tenha respondido dizendo que a situação do grupo não está sendo adequadamente mostrada pela mídia.
"Vladimir, milhões de pessoas em dezenas de países ficarão imensamente agradecidas se você intervier para pôr um fim nesse caso", escreveu McCartney na carta.
O porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov disse que somente soube da carta pelo noticiário, mas que a correspondência não tinha sido recebida, segundo a agência estatal de notícias Itar-Tass.
A plataforma de petróleo Prirazlomnaya, que os ativistas do Greenpeace tentaram escalar em 18 de setembro, pertence à gigante estatal de energia russa Gazprom e está no centro de uma iniciativa do governo para explorar os recursos naturais do Ártico e expandir a economia russa.
Numa referência à canção dos Beatles "Back in the USSR", que ele compôs 45 anos atrás, McCartney escreveu: "Aquela canção tinha uma de minhas frases favoritas dos Beatles: 'Estou longe há tanto tempo que nem reconheci este lugar. Como é bom estar de volta em casa'".
"Você poderia fazer isso se tornar realidade para os presos do Greenpeace?", perguntou McCartney na carta.
Investigadores acusaram os 30 ativistas de vandalismo, em lugar dos delitos iniciais de pirataria, que poderiam resultar em pena de 15 anos de prisão. O Greenpeace diz que as acusações de pirataria não foram formalmente retiradas e que agora os 30 estão sendo efetivamente processados pelos dois delitos.
A Holanda, onde o Greenpeace tem sua sede, pediu a um tribunal internacional que ordene a libertação do grupo.
McCartney havia anteriormente expressado apoio à banda russa de protesto Pussy Riot, que interpretou uma "oração punk" na catedral de Moscou no ano passado, numa manifestação contra as relações de Putin com a Igreja Ortodoxa Russa.
Apelos por complacência não conseguiram evitar que elas fossem condenadas a 2 anos de prisão.
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