O presidente do Peru, Pedro Castillo, participa de funeral do parlamentar Fernando Herrera, do partido Peru Livre, no Congresso em Lima, 26 de outubro| Foto: EFE/ Presidencia Del Perú
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O presidente do Peru, Pedro Castillo, pediu ao Congresso peruano na segunda-feira para trabalhar conjuntamente para a elaboração de uma lei para a "estatização ou nacionalização" do gás de Camisea, a maior jazida de gás natural do país andino. "É necessário dar aos peruanos o que o povo produziu", afirmou o presidente esquerdista em discurso transmitido pela televisão estatal.

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A declaração é uma mudança do tom de Castillo ao assumir o mandato em julho, quando disse que o seu governo "não pretende nem remotamente estatizar nenhuma economia".

Segundo a Constituição peruana, a nacionalização de uma empresa privada precisa da aprovação do Congresso, o que seria improvável com o parlamento atual, que tem maioria de oposição de direita.

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O anúncio de Castillo, que também reforçou a sua defesa por uma reforma constitucional, aumentou as incertezas no mercado. A retomada do debate sobre a nacionalização do gás provocou uma desvalorização do sol peruano e aumento na cotação do dólar.

As declarações foram feitas horas antes da sessão do Legislativo peruano para a aprovação do novo gabinete ministerial, que foi adiada por causa da morte de um parlamentar. Esse é o segundo gabinete de Castillo em menos de três meses de mandato.

A nova primeira-ministra, ou chefe de gabinete, Mirtha Vásquez, substitui Guido Bellido, que pertence à ala mais radical do Peru Livre. Vásquez é considerada da ala moderada da esquerda peruana. A mudança foi feita em meio a um racha no Peru Livre; o líder do partido, Vladimir Cerrón, afirmou há alguns dias que a sua bancada não daria o voto de confiança ao novo ministério.

Sessão no Congresso é adiada por morte de parlamentar

A sessão plenária para decidir o voto de confiança ao gabinete da nova primeira-ministra do Peru, Mirtha Vásquez, que seria realizada no Congresso unicameral do país na segunda-feira, foi adiada devido à morte do parlamentar Fernando Herrera, que era do partido Peru Livre, o mesmo do presidente Pedro Castillo.

Herrera não estava no plenário, mas em um hospital de Lima, segundo Álex Paredes, outro legislador do partido. O porta-voz da bancada da legenda, Waldemar Cerrón, afirmou que o motivo do falecimento foi uma parada cardiorrespiratória.

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O congressista morreu quando haviam se passado duas horas do debate de posse no parlamento, e enquanto os parlamentares se preparavam para dar seus votos sobre a equipe ministerial. Durante a manhã, a chefe do conselho de ministros Mirtha Vásquez apresentou as políticas gerais do governo.

Momentos após a notícia da morte de Herrera, que representava a região de Tacna, o Congresso prestou um minuto de silêncio, e a presidente da casa, María del Carmen Alva, ordenou o adiamento da sessão.

Pedro Castillo, que não estava na capital peruana e cumpria agenda na província de Bagua, no norte do país, lamentou a morte do correligionário. "Me uno à dor de sua família. Nos lembraremos dele como um defensor da democracia, alguém que lutou para acabar com as diferenças sociais", disse o presidente peruano em suas redes sociais.

Castillo e membros do seu gabinete participaram nesta terça-feira do funeral de Herrera, realizado no Congresso peruano.

Caso Vásquez não receba o voto de confiança, terá que renunciar e Castillo deverá nomear um novo gabinete, de 19 membros. O voto de confiança exige a aprovação de um mínimo de 66 votos no Congresso, onde o Peru Livre possui uma minoria de 37 entre os 130 assentos.

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