O Papa Bento XVI se reunirá domingo em Nápoles (sul da Itália), paralelamente à visita pastoral a essa cidade, com os representantes das maiores religiões do mundo, entre eles ortodoxos, judeus, budistas e muçulmanos num encontro denominado "Por um mundo sem violência: religiões e culturas dialogam".
Trata-se da primeira vez que o pontífice alemão, eleito Papa em abril de 2005, recebe grupo tão importante de líderes de outras confissões religiosas.
O encontro de três dias, de 21 a 23 de outubro, foi organizado pela Comunidade católica de Santo Egídio para comemorar o 21º aniversário de uma outra reunião importante sobre o assunto, realizada na cidade italiana de Assis e presidida, então, pela Papa João Paulo II, em 1986.
Estarão presentes Bartolomeu I, patriarca ecumênico de Constantinopla e chefe espiritual dos Ortodoxos; o metropolita Kirill, responsável pelas relações exteriores do patriarcado de Moscou; Rowan Williams, arcebispo de Canterbury e líder espiritual da Igreja Anglicana; Yona Metzger, grão-rabino asquenaze de Israel e Ahmed Al-Tayyeb, reitor da universidade Al-Azhar do Egito.
Também assistirão ao encontro representantes de outras religiões orientais, entre elas a budista e a hinduísta.
A comunidade de Santo Egídio, também chamada de a "pequena ONU do Trastevere" (bairro de Roma localizado atrás do Vaticano), foi fundada em 1968 por um grupo de estudantes católicos e se converteu com os anos em mediadora de conflitos da África e da América Central.
Durante a reunião também serão abordados temas como a luta contra a Aids, a imigração, o conflito no Oriente Médio e as dificuldades do continenhte africano.
Domingo, na abertura do encontro, Bento XVI celebrará missa na praça do Plebiscito.
Ainda em Nápoles, o Papa se recolherá para venerar as relíquias de São Genaro, mártir do século III e padroeiro da cidade, e que tem o sangue contido num pequeno frasco liquidificado em algumas ocasiões, o que é considerado um milagre.
O encontro de Nápoles acontece dez dias após a publicação de uma carta aberta a Bento XVI assinada por 138 religiosos muçulmanos.
No dia 12 de outubro, o Vaticano considerou esta carta "positiva" e "encorajante".
Entre outros líderes católicos presentes estará o presidente do Equador, Rafael Correa, que participará de mesa-redonda sobre a situação da América Latina.
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