Nove civis sírios e quatro soldados leais ao presidente Bashar Assad morreram, hoje, durante confrontos com rebeldes na cidade de Homs, no centro da Síria, segundo o Observatório Sírio pelos Direitos Humanos. A violência ocorre no dia em que os sírios foram convocados para votar sobre a nova Constituição do país.
A oposição pediu um boicote ao voto. Washington qualificou a votação em meio à violência como um exercício "risível" do regime de Assad. A nova Constituição acaba com a base legal para o Partido Baath controlar totalmente a política do país, o que ocorre há cinco décadas, mas mantém grandes poderes nas mãos do presidente. A oposição vê as mudanças como pequenas e exige a queda do regime, após 11 meses de repressão que deixou mais de 7.600 mortos, segundo grupos pelos direitos humanos.
Apenas no sábado, 98 pessoas foram mortas, 72 delas civis, informou a entidade. Muitas explosões eram ouvidas neste domingo em Homs, sob assalto das forças oficiais há mais de três semanas.
Mais de 14 milhões de pessoas estão aptas a votar no referendo desde domingo. A televisão estatal exigiu imagens das seções eleitorais e disse que "um grande número de eleitores" havia comparecido.
Assad divulgou os planos para a nova Constituição mais cedo neste mês, em mais um passo para reformar a política, mas sem deixar o poder. China e Rússia, que impediram sanções ao país no Conselho de Segurança da ONU, demonstraram apoio ao processo eleitoral. O novo sistema político será baseado no "pluralismo", mas proíbe a formação de partidos a partir da religião. Com o novo texto constitucional, Assad poderia em tese ficar no poder mais 16 anos.
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