Forças de segurança sírias dispararam contra dezenas de milhares de manifestantes contrários ao governo nesta sexta-feira, matando pelo menos duas pessoas, informaram testemunhas e grupos de direitos humanos. As sextas-feiras têm sido os dias de grandes manifestações no país.

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O tema escolhido para os protestos desta sexta-feira em toda a Síria foi "paciência e determinação". Outro tema adotado foi a solidariedade ao renomado cartunista político que foi seriamente espancado e teve as mãos quebradas por homens mascarados na quinta-feira.

Os protestos de hoje ocorrem na última sexta-feira do mês sagrado do Ramadã, período que muitos manifestantes esperam que se tornasse um ponto de ruptura para o regime autoritário do presidente Bashar Assad. Mas, em vez disso, o governo intensificou a repressão contra os manifestantes.

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"Estamos aqui para dizer ao regime que nada está encerrado, nada vai terminar e nós não ficaremos em casa como vocês querem que façamos", disse um manifestante à Associated Press pelo telefone da cidade de Homs, região central, onde segundo ele milhares de pessoas foram para as ruas. Ele pediu que seu nome não fosse publicado por temer represálias do governo.

Grupos de direitos humanos dizem que as forças de Assad mataram mais de 2 mil pessoas desde o início do levante contra o governo em meados de março. A queda do regime de Muamar Kadafi na Líbia alegrou os manifestantes sírios, que insultaram Assad com gritos de "você é o próximo, Bashar!".

Em Hama, cidade natal do cartunista político Ali Ferzat, havia uma faixa com os dizeres "Ali Ferzat, estamos com você até a morte". Ferzat, de 60 anos, recuperava-se num hospital na sexta-feira depois do ataque sofrido no dia anterior.

A oposição rejeita as promessas de realização de amplas reformas feitas por Assad, afirmando que elas são vazias. Embora a repressão tenha levado a fortes condenações e sanções exteriores Assad não tem dado importância às críticas. Ele afirma que extremistas religiosos e bandidos lideram a violência, não pessoas que querem reformas. Mas a oposição afirma que o movimento é livre de influências sectárias e que exige apenas liberdade e democracia.

Os Comitês de Coordenação Locais, um grupo ativista que ajuda a organizar os protestos, disseram que pelos menos duas pessoas foram mortas nesta sexta-feira na cidade de Deir el-Zor, no leste do país. Outros ativistas confirmaram a informação.

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Há relatos de protestos também na província de Idlib, perto da Turquia, e nos subúrbios da capital, Damasco, e nas cidades de Homs e Hama, além de prisões em vários locais do país. As informações são da Associated Press.