Pelo menos 37 migrantes morreram e centenas ficaram feridos em uma tentativa maciça de atravessar do Marrocos para a cidade espanhola autônoma de Melilla, que fica no norte da África. A tentativa de atravessar a cerca que separa o território marroquino e Melilla começou por volta das 6h da sexta-feira (24), quando cerca de 2 mil pessoas de origem subsaariana começaram a se aproximar da fronteira e se depararam com um amplo esquema de segurança montado por Marrocos.
Apesar dos esforços dos agentes, duas horas depois, cerca de 500 subsaarianos conseguiram chegar à cerca fronteiriça e romperam um portão de acesso com paus, pedras e armas brancas. De acordo com o governo da cidade autônoma espanhola, 133 deles conseguiram entrar em Melilla.
Segundo a Associação Marroquina de Direitos Humanos, foram 27 mortos, enquanto a ONG Caminhando Fronteiras fala em 37. "Os números não são definitivos e podem seguir aumentando", escreveu no Twitter a presidente da Caminhando Fronteiras, Helena Maleno, sem detalhar a fonte da informação.
No primeiro boletim sobre o caso, que falava em cinco migrantes mortos, as autoridades marroquinas afirmaram que elas tinham sido pisoteadas ou caído de um muro. Fontes de segurança marroquinas indicaram que alguns dos feridos nos confrontos, durante tentativa de passagem forçada, foram atendidos por causa de problemas relacionados à inalação de gás lacrimogêneo.
No lado espanhol, segundo as autoridades, foram 106 pessoas feridas, especificamente 49 oficiais da Guarda Civil e 57 imigrantes, três dos quais tiveram que ser levados a um hospital.
O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) e a Organização Internacional para Migrações (OIM) destacaram, no sábado (25), a necessidade de que seja priorizada a segurança das pessoas. As agências pediram que a comunidade internacional amplie o acesso às alternativas seguras, para evitar tentativas de passagem perigosas e o risco de que tragédias se repitam. "Estes fatos reforçam mais do que nunca a importância de encontrar soluções duradouras para pessoas deslocadas", apontaram as duas organizações, em comunicado conjunto.
Os bispos responsáveis pela Subcomissão para as Migrações e a Mobilidade Humana da Conferência Episcopal Espanhola (CEE) lamentaram o ocorrido e pediram que as autoridades competentes trabalhem para esclarecer o caso.
"Precisamos de uma migração ordenada através de canais legais e seguros, assim como da cooperação para o desenvolvimento com países que sofrem com a guerra, conflitos e fome. A externalização e a militarização das fronteiras por si só não acabarão com os problemas e causas fundamentais da mobilidade de milhões de migrantes, refugiados e pessoas deslocadas ao redor do mundo", disseram os bispos, em declaração publicada no sábado e reproduzida pelo portal Vatican News.
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