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Pelo menos oito corpos são encontrados em valas clandestinas no sul do México

Pelo menos oito corpos foram encontrados em valas clandestinas descobertas ontem no município de Iguala, no sul do México, confirmaram neste domingo à Agência Efe fontes do governo do estado de Guerrero.

Um porta-voz do governo estadual informou que até a noite do sábado tinham sido localizados oito corpos, "mas não sabemos se pertencem aos jovens" desaparecidos no último fim de semana após os ataques contra estudantes em que morreram seis pessoas e 25 ficaram feridas.

Sobre versões divulgadas pela imprensa de que os corpos estariam carbonizados, a fonte disse desconhecer o estado no qual se encontram.

Os trabalhos de investigação continuam nas imediações de um morro situado na comunidade de Velho, em Iguala, onde foram descobertas as valas clandestinas graças às informações de vários detidos.

O fiscal do estado de Guerrero, Iñaky Blanco, confirmou no sábado que as autoridades tinham encontrado as valas, mas não detalhou o número de vítimas nem as condições nas quais foram localizados os corpos. As declarações dos 30 detidos até agora permitiram que as autoridades chegassem ao local.

Entre os presos há 22 policiais de Iguala que, segundo as provas periciais, dispararam contra os alunos da Escola Normal de Ayotzinapa (dedicada à formação de professores). Outras oito pessoas foram capturadas nas últimas horas.

Blanco disse em entrevista coletiva que "há elementos" que comprovam a participação da organização criminosa "Guerreiros Unidos", que se infiltrou na polícia municipal, nas ações violentas da semana passada.

Segundo os analistas da região, os grupos criminosos financiam as candidaturas dos políticos municipais e, quando eles vencem as eleições, se veem obrigados a retribuir, entregando cargos na administração local para as quadrilhas, inclusive na polícia.

A Procuradoria Geral da República (PGR) anunciou ontem à noite que tinha assumido a investigação sobre os 43 jovens desaparecidos depois que os pais dos estudantes pediram, na capital mexicana, a intervenção do governo federal.

"O Estado mexicano não pode permitir que um fato tão degradante fique impune" afirmou a PGR, que prometeu realizar todos os esforços para "esclarecer esse lamentável acontecimento".

Por isso, o órgão enviou a Guerrero investigadores, agentes do Ministério Público e legistas para realizar exames que permitam determinar a identidade dos restos mortais.

Os parentes e companheiros dos 43 estudantes desaparecidos voltaram hoje a bloquear a estrada entre Chilpancingo, a capital de Guerrero, e o porto de Acapulco, em ambos os sentidos, para exigir informação sobre as valas encontradas.

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