Keiko Fujimori afirma que perdeu a confiança na Justiça depois da pena imposta ao seu pai| Foto: Pilar Olivares / Reuters

A filha do ex-presidente peruano Alberto Fujimori disse nesta quarta-feira (8) que a condenação de seu pai a 25 anos de prisão por violações aos direitos humanos será um "bumerangue" político, porque lhe dará apoio popular, num momento em que ela aparece bem colocada nas pesquisas para a eleição presidencial de 2011.

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Keiko Fujimori, 33 anos, disse que perdeu a confiança na Justiça depois da pena imposta ao seu pai nesta semana, e acha que ele foi tratado como um "líder terrorista".

"O que acho que vai acontecer é que com esta sentença, que considero injusta, muita gente mostrará mais apoio, não só para Alberto Fujimori, mas para o fujimorismo", disse Keiko a jornalistas estrangeiros.

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"Esta sentença, tão dura, será um bumerangue para os perseguidores de Alberto Fujimori. Se acham que o fujimorismo está derrotado, acho que pelo contrário", afirmou.

Fujimori foi condenado como "autor mediato" do assassinato de 25 pessoas acusadas de ligação com a guerrilha Sendero Luminoso. Ele nega ter ordenado as duas chacinas, cometidas por esquadrões paramilitares.

Embora Keiko tenha dito que não estava "oficializando nenhuma candidatura" para as eleições de 2011, as pesquisas lhe dão 19 por cento das intenções de voto, à frente do ex-candidato nacionalista Ollanta Humala, com 17.

"Sem dúvida os setores populares apoiam o fujimorismo, e na última eleição vimos que também apoiam Ollanta Humala - isso é algo que não se pode evitar", afirmou.

Keiko, que é deputada, disse que os advogados de seu pai têm lido atentamente a sentença e terão prazo de 10 dias para apresentar seus argumentos ao recurso de nulidade que apresentaram imediatamente depois da condenação.

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Fontes judiciais disseram que a Corte Suprema analisará o recurso em cerca de quatro meses. "Sem dúvida, Alberto Fujimori foi condenado como se fosse um líder do grupo terrorista (Sendero Luminoso)", disse ela.

Fujimori, que governou o país entre 1990 e 2000, ainda tem muitos seguidores, que consideram que ele estabilizou o país economicamente e derrotou a sangrenta guerrilha do Sendero Luminoso.

Já seus detratores apontam os casos de corrupção e violações de direitos humanos ocorridos durante seu governo.

Como forma de "reivindicar" (desagravar) seu pai, Keiko anunciou que realizará uma caravana nacional. "Nossas viagens às províncias nos setores mais pobres se refletirá nas pesquisas e em uma possível candidatura do fujimorismo, mas o objetivo é buscar o respaldo ao meu pai", disse a filha mais velha do ex-presidente.

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