As cores estão aparecendo no mundo antes branco e preto de dinossauros e pássaros primitivos do período Mesozoico. Ao longo da última década, novos fósseis de dinossauros e pássaros antigos foram descobertos na China com regularidade. Eles contêm impressões de penas e vestígios de agentes colorantes.
Agora, paleontólogos descobriram no Canadá um âmbar de 70 milhões de anos preservando 11 espécimes e apresentando uma grande diversidade de tipos de penas do período. Um dos espécimes, chamado de protopena, possuía um único filamento, semelhante a uma cerda, e alguns cachos. Os outros consistem em estruturas complexas com bárbulas parecidas com ganchos, que agem como um velcro. Nos pássaros modernos, elas mantêm as penas no lugar durante a submersão. Além disso, outros espécimes revelaram padrões de penas usados para o voo e mergulho subaquático. Células de pigmentos preservadas, encerradas no âmbar, juntamente com outras evidências, sugerem que os animais possuíam uma diversidade de padrões de manchas e cores difusas como os pássaros atuais, afirmaram os cientistas da Universidade de Alberta, liderados por Ryan C. McKellar, no relatório publicado nesta semana pela revista Science. A equipe de McKellar afirmou que, embora os pedaços de âmbar fossem pequenos, eles "fornecem novas luzes sobre a formação de penas".
Genoma de aborígene australiano é decifrado
O primeiro sequenciamento do genoma de um aborígene australiano, revelado por cientistas europeus nesta semana, revelou que seus antepassados chegaram à Ásia há 70 mil anos, após deixarem a África, muito antes dos povos que colonizaram a Eurásia. O sequenciamento, feito a partir de uma mecha de cabelo doado por um aborígene no começo do século 20, indica ainda que esse povo pode ter chegado à Austrália há 50 mil anos. Seria, assim, uma das populações fora da África que habita a mesma terra há mais tempo no mundo.
"Os aborígenes da Austrália descendem dos primeiros exploradores humanos (...) e foram os primeiros humanos modernos a atravessar territórios desconhecidos na Ásia antes de se dirigir para a Austrália", explicou o professor Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, principal autor desta pesquisa. "Esta viagem extraordinária exigiu talentos excepcionais de sobrevivência e grande coragem", acrescentou, destacando que nesse período os antepassados dos europeus e os asiáticos atuais ainda estavam na África ou no Oriente Médio, esperando para empreender a conquista da Eurásia. Segundo os cientistas, cujo estudo foi publicado na edição de ontem da revista Science, os antepassados dos aborígenes australianos provavelmente deixaram a África pelo menos 24 mil anos antes das tribos das quais descendem os europeus e asiáticos atuais.
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