O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos está trabalhando em um projeto para implementar a análise de publicações em redes sociais de pessoas que solicitarem vistos para visitar e, principalmente, morar no país.
O plano, revelado pelo jornal americano “The Wall Street Journal”, dá continuidade a três projetos piloto adotados no começo deste ano, que analisam de forma intermitente esse tipo de site.
A nova estratégia pretende evitar a entrada de extremistas e simpatizantes e leva em conta os recentes ataques de atiradores em San Bernardino, na Califórnia, no último dia 2.
A paquistanesa Tashfeen Malik, autora dos ataques ao lado do marido, o americano de origem paquistanesa Syed Rizwan Farook, se mudou para os Estados Unidos em 2014, com um visto do tipo K-1, para pessoas que vão se casar com nativos dos EUA.
Segundo as investigações do caso, Malik, que morreu durante uma perseguição policial, prometera lealdade ao Estado Islâmico em publicações usando um pseudônimo no Facebook.
Ainda não está claro, de qualquer forma, segundo o “WSJ”, quanto tempo seria necessário para implementar esse programa de escrutínio de redes sociais, tampouco a forma como ele funcionaria.
A agência Reuters, citando o jornal “Los Angeles Times”, também disse que funcionários do Departamento de Segurança Interna confirmaram a nova política de análise de rastros digitais que o órgão deve adotar, mas não especificaram quais técnicas de monitoramento seriam usadas --a cautela com relação a possível invasão de privacidade é uma questão importante.
Os Estados Unidos têm discutido, depois dos ataques de San Bernardino, mudanças na emissão de vistos para o país.
O Congresso aprovou, por exemplo, o veto à entrada no programa de isenção de vistos que os EUA mantêm com diversos países --considerado crucial para a indústria do turismo e que beneficia até 20 milhões de viajantes-- a qualquer pessoa que tenha visitado, recentemente, o Iraque ou a Síria.
Também está em curso, segundo o jornal “The New York Times”, uma revisão na relação de vistos do tipo K-1. Cerca de 90 mil permissões dadas nos últimos dois anos serão analisadas e é possível que haja uma moratória ao programa.