A última das muitas adaptações que o Pentágono fez com a entrada das mulheres nas Forças Armadas dos Estados Unidos foi a implementação de um novo colete à prova de balas que se adapta ao corpo das militares e que será testado no Afeganistão.
As mulheres do Exército americano, que representam 14% de sua totalidade (cerca de 200 mil), são expostas a situações de perigo da mesma forma que os homens e, por isso, as adaptações dos itens de proteção é fundamental.
Neste aspecto, o Exército americano avançou significativamente para garantir a segurança das mulheres em suas missões, como comprovam os uniformes e coletes à prova de balas.
O Exército começou a se adaptar às mulheres em 2009, após receber vários informes de última geração. "No entanto, os coletes não eram confortáveis para nossas militares", explicou à Agência Efe o comandante Michael McCullough, porta-voz da 101º Divisão Aerotransportada com sede em Fort Campbell (Kentucky).
Até o momento, os coletes utilizados eram pensados especificamente para a anatomia masculina, ou seja, mesmo no menor tamanho eram grande demais, o que dificultava a locomoção, o manejo das armas e ainda deixava espaços desprotegidos, principalmente em baixo dos braços.
Em alguns casos, por causa do tamanho das placas laterais dos coletes, as mulheres chegavam a machucar seriamente seus ossos do quadril. Ao sentar, por exemplo, a parte superior se deslocava acima do queixo das militares.
Desta forma, o Exército americano começou a trabalhar pesado neste setor e, inclusive, realizou uma enquete formal entre suas militares para ouvir suas principais reclamações antes de começar a desenvolver os primeiros protótipos com apoio do Centro Natick de Engenharia e Pesquisa e Desenvolvimento para os Soldados, que opera desde 1954 para facilitar a vida dos militares.
"As mulheres não são como homens pequenos", afirmou Beverly Kimball, engenheira de projeto dos uniformes de combate para mulheres que estão sendo desenvolvidos pela Natick.
"Temos proporções específicas, com desenhos que se ajustam às mulheres e à função dos uniformes, assim como o das equipes", acrescentou.
O novo colete respeita a anatomia da mulher e tem os ombros e o tronco do corpo mais estreitos, o que permite um melhor apoio e manuseamento de suas armas, sem falar no conforto.
Por enquanto, trata-se de apenas um protótipo, que será testado por 19 mulheres da base de Fort Campbell que servirão em breve no Afeganistão. Após recolher suas opiniões, o Pentágono fará um estudo para aprimorá-lo e estender seu uso a todas as Forças Armadas.
O projeto de colete à prova de balas para mulheres deverá contar com oito tamanhos distintos para se ajustarem às necessidades das militares. Os coletes utilizarão o mesmo material metálico dos demais, mas as placas laterais deverão ser reduzidas para se adequar ao contorno do quadril das mulheres.
Segundo McCullough, as mulheres que já provaram o novo colete expressaram sua satisfação com a nova peça, considerada "muito mais confortável".