O dissidente Chen Guangcheng disse que abandonou a Embaixada dos Estados Unidos em Pequim após seis dias porque o governo chinês teria ameaçado matar sua mulher, segundo a rede de TV americana CNN.
O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores destacou que a China exige desculpas dos EUA pelo fato de as autoridades americanas terem permitido a entrada do advogado cego na Embaixada. Chen Guangcheng escapou de sua casa em 22 de abril, após passar mais de um ano e meio confinado sob prisão domiciliar.
Um correspondente do jornal norte-americano "The Washington Post" disse que Guangcheng deixou a embaixada de carro em direção ao hospital acompanhado do embaixador dos EUA Gary Locke. Segundo o jornal, o dissidente chinês está bem.
Autoridades chinesas reclamaram da interferência dos EUA em assuntos domésticos. A confirmação oficial de que Chen esteve na Embaixada dos EUA acontece no mesmo dia em que a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, chegou à capital chinesa para um diálogo estratégico e econômico com as autoridades chinesas.
Fontes do governo chinês reconheceram nos últimos dias que os direitos humanos estarão na agenda das conversas, enquanto Hillary afirmou que durante a visita analisaria "todos os assuntos que estiverem pendentes", mas sem citar especificamente a situação de Chen.
Advogado autodidata, Chen atuou contra a esterilização de mulheres e os abortos forçados na China, parte da política chinesa de um filho por família, e era mantido em confinamento extrajudicial na sua casa em seu vilarejo natal, Linyi, desde setembro de 2010, quando foi libertado da prisão.
Sua reclusão com a família, sob estrita vigilância de guardas, e os espancamentos esporádicos provocaram protestos de simpatizantes na China e críticas de governos estrangeiros e grupos defensores dos direitos humanos.
Chen Guangcheng estava sob prisão domiciliar há 19 meses, quando conseguiu escapar com a ajuda de outros dissidentes, e se refugiou na embaixada americana.
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