Autoridades na capital chinesa disseram neste domingo (6) que jornalistas estrangeiros têm que pedir permissão ao governo para realizar entrevistas em Pequim, adotando uma interpretação mais dura das atuais regras em meio a convocações na internet de protestos populares na esteira do que acontece no Oriente Médio.
Li Honghai, vice-diretor do Escritório de Assuntos Estrangeiros de Pequim, afirmou que os repórteres têm que conseguir uma permissão do governo para realizar qualquer atividade dentro do centro da cidade.
O anúncio de Li em uma entrevista à imprensa torna explícita as restrições que a polícia começou a adotar há mais de uma semana após mensagens online de origem desconhecida convocando protestos em locais designados em Pequim, Xangai e outras cidades chinesas todo domingo. Na última semana, a polícia seguiu repórteres estrangeiros em Pequim, e em alguns casos impediu a filmagem mesmo de objetos porque eles não tinham permissão.
No terceiro domingo desde que as convocações apareceram na internet, nenhuma manifestação aparente aconteceu em Pequim ou Xangai, onde a polícia prendeu pelo menos 17 repórteres estrangeiros por aparecerem no local combinado de protesto sem permissão para estar lá.
A exigência de permissão mostra como o governo está nervoso com as convocações de protestos.
As autoridades de Pequim usaram a entrevista à imprensa para classificar as convocações na internet de tentativa de prejudicar a estabilidade da China.
"Todas as pessoas de mente limpa saberão que essas pessoas escolheram o local errado e têm a ideia errada. As coisas que eles querem ver acontecer não aconteceram e não podem acontecer em Pequim", disse a porta-voz do governo da cidade, Wang Hui.