O governo chinês informou nesta sexta-feira (23) que a Coreia do Norte não irá aceitar delegações estrangeiras no funeral do ex-líder Kim Jong-il, embora o regime permita a entrada de representantes sul-coreanos.
"A República Popular Democrática da Coreia não vai aceitar nenhuma delegação no funeral (de Kim Jong-il)", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Liu Weimin, nesta sexta em entrevista coletiva.
Após a morte de Kim, países vizinhos como a Coreia do Sul cogitaram a possibilidade de que a China, principal aliado político de Pyongyang, enviasse representantes ao funeral, fato negado pela Chancelaria chinesa.
A Coreia do Sul autorizou há dois dias que duas comitivas atravessassem a fronteira com o Norte, uma da presidente do grupo Hyundai, Hyun Jeong-eun, e a outra da ex-primeira-dama Lee Hee-ho.
"A China expressou suas profundas condolências pela morte de Kim Jong-il", acrescentou Weimin, depois que os nove membros do Comitê Permanente do Politburo, incluindo o presidente Hu Jintao e o primeiro-ministro Wen Jiabao, compareceram à embaixada norte-coreana em Pequim para expressar seus pêsames.
A China também manifestou o seu apoio ao Partido dos Trabalhadores da Coreia e ao sucessor de Kim, seu filho mais novo, Kim Jong-un.
De acordo com a imprensa sul-coreana, o porta-voz chinês se negou na última semana a confirmar se seu governo foi informado da morte do líder no mesmo dia em que ocorreu, no sábado, ou dois dias depois pelo comunicado oficial.
Enquanto isso, o enviado especial da Coreia do Sul para o conflito nuclear norte-coreano, Lim Sung-nam, se reuniu em Pequim com seu interlocutor chinês, Wu Dawei, para discutir sobre a desnuclearização de Pyongyang junto com os Estados Unidos, Coreia do Norte, Japão e Rússia.
O diálogo está estagnado desde finais de 2008, depois que Pyongyang proibiu a entrada de observadores da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA) para que examinassem o fechamento de seus reatores nucleares.
O porta-voz chinês convocou a comunidade internacional a "enviar assistência à Coreia do Norte para ajudar em seu desenvolvimento econômico e social", após esclarecer que seu governo "sempre ajudou o país vizinho na medida do possível", inclusive no envio de cereais.
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