O cenário mais temido pelas autoridades da China se confirmou, com registro de infecção pela variante ômicron do novo coronavírus em Pequim perto da abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno na capital chinesa, que serão realizados entre 4 e 20 de fevereiro. Dentro da política de Covid zero do governo chinês, várias medidas severas estão sendo tomadas para evitar novos casos.
No último fim de semana, a capital chinesa registrou seu primeiro caso da variante, contra a qual cidades próximas, como Tianjin, já estão lutando por meio da adoção de confinamento total ou seletivo.
Um prédio comercial no oeste da capital, onde trabalha a mulher infectada, foi fechado sem aviso prévio e todos que estavam lá dentro estão proibidos de sair e passando por testes obrigatórios de Covid-19. O mesmo protocolo foi implantado no complexo residencial onde ela mora. As duas regiões estão em lockdown.
O Diário de Pequim, jornal estatal local, informou que a mulher não entrou em contato com outra pessoa com caso confirmado e não deixou a capital chinesa nos últimos 14 dias.
Autoridades levantaram a possibilidade dela ter se infectado ao receber correspondência estrangeira, uma hipótese já sugerida pelos chineses em outras situações, mas que é considerada improvável por especialistas.
O jornal publicou o histórico de viagens da mulher e uma lista com todos os lugares onde ela esteve nas duas semanas anteriores, o que, segundo a CNN, levou à realização de testes em mais de 16 mil pessoas ligadas a esses locais – os resultados por enquanto deram negativo.
Outras medidas incluem cancelamento de aulas presenciais nos distritos próximos, suspensão de voos internacionais e controles de acesso a Pequim: somente pessoas com um PCR negativo podem entrar na cidade, e as partes da China onde foram detectados casos podem ter suas ligações de transporte para a capital canceladas – como já aconteceu com Tianjin.
Nesta segunda-feira (17), o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Inverno informou que foi suspensa a venda de ingressos ao público geral, e que somente “espectadores designados” que cumprirem as “exigências das medidas de prevenção da pandemia” de Covid-19 poderão assistir às competições.
A decisão do comitê, que não deu detalhes sobre quem seriam os “espectadores designados”, foi baseada na “proteção da saúde e segurança de trabalhadores e do público”, disse a entidade em comunicado. Os organizadores já haviam declarado em setembro do ano passado que nenhum ingresso seria vendido a espectadores de fora da China.
Os Jogos, que começam em 4 de fevereiro, serão realizados sob rigorosas medidas de prevenção anti-Covid: atletas, jornalistas e trabalhadores do exterior permanecerão em uma “bolha”, isolados da população local durante toda sua estada no país asiático.
Na semana passada, as autoridades chinesas impediram que todos os cerca de 14 milhões de habitantes de Tianjin deixassem suas casas até que passassem por testes de Covid-19, após o registro de infecções pela variante ômicron.
Nas últimas semanas, a China impôs lockdown às cidades de Anyang, de 5,5 milhões de habitantes, Xi'an, de 13 milhões, e Yuzhou, de 1,1 milhão, após surtos de Covid-19.
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