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Vista com prédios no distrito financeiro de Pequim, sob névoa de poluição que levou residentes a usarem máscaras (abaixo) | Jason Lee/Reuters
Vista com prédios no distrito financeiro de Pequim, sob névoa de poluição que levou residentes a usarem máscaras (abaixo)| Foto: Jason Lee/Reuters

993 microgramas por metros cúbicos de ar, ou 40 vezes o máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde, foi a concentração de partículas no ar de Pequim no pior dia de poluição de sua história, dia 12 de janeiro de 2013.

A Prefeitura de Pequim interditou ontem 103 fábricas e retirou 30% da frota governamental de veículos para tentar conter os índices de poluição do ar na capital chinesa. No entanto, os níveis de contaminação continuam altos e afetam até o tráfego aéreo.

O nevoeiro provocado pela poluição atingiu ontem o leste da China pela segunda vez em duas semanas, e provocou uma série de cancelamentos de voos. Segundo a agência de notícias Xinhua, mais de 160 voos não saíram de quatro aeroportos da região, sendo 33 no terminal aéreo de Pequim.

Em alguns locais, a visibilidade foi menor que cem metros.

Moradores usavam máscaras de oxigênio nas ruas para diminuir os efeitos da névoa tóxica. As medidas de contingência, como o fechamento das fábricas e o corte de carros em circulação, valem, no mínimo, até amanhã.

Segundo a Embaixada dos Estados Unidos em Pequim, o índice de material particulado no ar da capital chinesa é de 433 microgramas por metro cúbico, metade dos 886 atingidos em 12 de janeiro, mas ainda acima do limite de 300, que é considerado nocivo.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, não recomenda um nível diário superior a 20.

O novo prefeito de Pequim, Wang Anshun, nomeado na segunda-feira, prometeu fazer da questão meio ambiental sua grande prioridade.

A poluição se tornou uma grande fonte de descontentamento popular e recebeu críticas sem precedentes na imprensa estatal.

A poluição na capital chinesa provém do alto número de veículos em circulação, o consumo de carvão – uma das fontes de energia mais poluentes – e as emissões das várias fábricas em seu território e nas províncias divisórias.

Entrevista"Minha noiva teve que faltar ao trabalho"

Pedro Paciornik, relações públicas, trabalha na área de marketing em Pequim há dois anos e está de férias no Brasil.

Você já tinha passado por essa situação de poluição anormal em Pequim?Não, tudo complicou nas últimas duas semanas.

Quais foram as orientações das autoridades?Recomendam que a gente evitasse qualquer tipo de atividade além da essencial fora de casa, até caminhadas e exercícios físicos e, mesmo dentro de casa, manter as janelas fechadas. Mas não interferiu diretamente na minha rotina. O trânsito é sempre complicado, mas eu ando de bicicleta, por isso não senti muita diferença.

Chegou a ter problemas de saúde?Não, mas minha noiva [que é médica em Pequim] teve bastante problema com crises de asma e teve que faltar ao trabalho. As pessoas um pouco mais sensíveis à poluição geralmente apresentam problemas.

Katna Baran, especial para a Gazeta do Povo

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