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O presidente americano, Joe Biden, na área externa da Casa Branca.
O presidente americano, Joe Biden, na área externa da Casa Branca.| Foto: EFE/EPA/Chris Kleponis

Após meses de debates internos e em plena campanha para eleições de meio de mandato, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (24) que vai perdoar parte da dívida de formação de estudantes universitários com o governo. Os republicanos, no entanto, denunciam o "presente" dado aos americanos como uma medida eleitoreira e injusta.

Cerca de 43 milhões de americanos têm dívidas de financiamento de estudos. Em média, cada um deles deve 37 mil dólares (quase 189 mil reais). O total da dívida de estudantes nos Estados Unidos é de 1,6 trilhões de dólares (mais de 8 trilhões de reais).

Seguindo promessas eleitorais de dois anos atrás, Biden anunciou que até 20 mil dólares (mais de 100 mil reais) serão descontados das dívidas dos estudantes ou ex-estudantes do sistema de ensino federal que tenham uma renda individual anual de até 125 mil dólares (cerca de 638 mil reais) ou familiar do dobro desse valor.

"Minha administração está anunciando um plano para dar às famílias trabalhadoras e de classe média algum espaço para respirar", disse Biden no Twitter.

A oposição a Biden destaca que o projeto do presidente é injusto, porque milhões de americanos não fazem curso superior por não poderem se comprometer com essas dívidas.

"Os milhões de americanos que se formaram na faculdade, viveram de forma modesta e dispensaram jantares extravagantes e férias para que pudessem pagar corretamente a dívida estão se perguntando por que não receberão esse desconto", opina Lindsey Burke, diretora do Centro de Políticas Educacionais da Heritage Foundation, em artigo publicado no jornal Daily Signal.

Ela aponta para os dados apresentados pelo secretário do Tesouro da era Clinton, Lawrence Summers, que mostram que a iniciativa de Biden terá efeitos inflacionários, especialmente no aumento das mensalidades das universidades. Os subsídios federais permitiram que as faculdades aumentassem os preços nas últimas décadas e sobrecarregassem ainda mais o governo. Desde o ano letivo de 1991, a ajuda federal total (incluindo empréstimos e bolsas estudantis) aumentou 295%.

Em um artigo publicado no jornal americano National Review, o escritor Charles Cooke questiona por que esse "perdão" não é direcionado também a outros profissionais e a outros tipos de dívidas dos cidadãos. "Porque Joe Biden e seu partido acreditam que os estudantes universitários são melhores do que todos os outros", ironiza Cooke.

A analista de políticas públicas Inez Stepman comenta, em vídeo publicado pelo portal PragerU, que a medida de Biden "é como tirar do pobre e dar ao rico". Cerca de 70% desse perdão de dívidas beneficia os 20% de estudantes de famílias de maior renda, que puderam se comprometer com essas dívidas. Segundo Stepman, o plano de Biden “rouba da classe trabalhadora” para dar esmola "à cultura woke".

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